INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde, 2002, definiu cuidados paliativos como uma abordagem ou tratamento que aprimoram a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida. A humanização tem se constituído em uma temática central na atualidade, configurando um dos elementos que podem permitir o resgate do cuidado humanístico ao indivíduo. Segundo os estudos de MORAIS, et al (2009), a humanização significa abrir-se ao outro e acolhê-lo em sua essência, a partir de uma ação efetiva traduzida na solidariedade, na compreensão do ser doente em sua singularidade e na apreciação da vida. O prognóstico de morte acentuado com a evolução desfavorável do quadro clínico é uma situação de total impotência ao paciente idoso, ante a possibilidade de perda da própria integridade física, associado a sentimentos de insegurança, medo, desilusão, angústia e abandono. A enfermagem como a equipe mais próxima nesse processo doença/morte se faz essencial nos cuidados contínuos que visem o aumento da qualidade de vida desses idosos da UTI, através do alívio da dor e do sofrimento, acompanhando ativa e serenamente seus últimos momentos de vida, proporcionando uma assistência íntegra e humanizada, respeitando sua autonomia e garantindo seus direitos a uma morte digna. OBJETIVO: Este trabalho tem por objetivo explorar a temática: Cuidados paliativos, percurso e terminalidade; e Identificar os desafios e vivência da enfermagem no cuidado paliativo e humanizado aos pacientes idosos da UTI. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistematizada da literatura, onde foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados entre os anos de 2008 a 2013, encontrados na base de dados SCIELO e LILACS, em língua portuguesa e apresentados na íntegra. A busca foi realizada do período de janeiro a abril de 2013, no qual resultou em 297 artigos. Para compor a amostra foram selecionados 12 artigos. RESULTADOS: De acordo com os artigos estudados, verificou-se em sua totalidade, que o ambiente da UTI é caracterizado por um cenário desgastante, estressante e de difícil trabalho, no qual está envolvida uma forte carga emocional, onde vida e morte se misturam. Cinco autores mostraram que a enfermagem tem enfrentado dificuldades para prestar uma assistência de qualidade e humanizada, devido à sobrecarga de trabalho, poucos funcionários para muito pacientes, a falta de materiais e de equipamentos, o próprio ambiente da UTI com máquinas ruidosas. Outros dois autores enfatizaram, o “descompromisso”, muitas vezes, com os pacientes idosos em fase terminal, pois com a certeza da morte e por considerar que já tenham “vivido o suficiente”, acabam que negligenciando o atendimento. No que concerne ao vínculo com o paciente, cinco autores demonstraram que a enfermagem, muitas vezes, se restringe ao cuidado técnico com o paciente com receio de se envolver emocionalmente e sofrer após seu óbito. CONCLUSÃO: A relação estabelecida entre o saber e o fazer diante do processo de internamento na UTI sugerem que o cuidado de enfermagem esteja inserido em uma complexa teia, que se move em um ritmo dialético, preenchida de dificuldades pessoais, profissionais e necessidades institucionais.