Introdução: Por conviver com problemas crônicos de saúde, os idosos tendem a ser grandes consumidores de medicamentos, que embora benéficos em muitas ocasiões, quando mal utilizados podem desencadear complicações sérias para a sua saúde. Para o paciente idoso, os riscos envolvidos no consumo de medicamentos são maiores, se comparados aos do restante da população, devido a particularidades farmacodinâmicas e farmacocinéticas, decorrentes do processo de envelhecimento, que os tornam mais vulneráveis a interações medicamentosas e efeitos colaterais. Alguns fatores que contribuem para a elevação do risco na utilização de medicamentos são o descumprimento do regime terapêutico, a automedicação e o uso indevido dos medicamentos. Dessa forma, vê-se a importância desse estudo, pois através dessa análise da utilização de medicamentos por idosos, é possível o delineamento de estratégias para reverter casos de não adesão terapêutica, automedicação e utilização inadequada da farmacoterapia. Objetivo: Realizar uma análise sobre a utilização de medicamentos em idosos, bem como identificar fatores associados ao mau uso de fármacos. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, através da pesquisa de periódicos publicados no período de 2000 a 2012, utilizando como descritores para a pesquisa: utilização de medicamentos por idosos, complicações no mau uso de fármacos por idosos. Onde foram utilizadas as bases de dados eletrônicas como Scielo, Capes e Lillacs para o desenvolvimento dessa pesquisa bibliográfica. Resultados: A partir da pesquisa bibliográfica na literatura foi possível destacar que o uso de medicamentos prescritos tende a ser maior entre idosos do sexo feminino, com idade mais avançada, bom nível socioeconômico, doenças crônicas e visitas regulares aos serviços de saúde. Em relação aos medicamentos não prescritos, observou-se que a utilização é maior por idosos mais desfavorecidos do ponto de vista socioeconômico. Os medicamentos cardiovasculares representam a classe terapêutica mais comumente usada, o que é explicado pela alta prevalência de doenças cardiovasculares entre a população idosa. Idosos apresentam frequentemente quadros de insônia, ansiedade e estados confusionais, resultando na prescrição de fármacos com ação no sistema nervoso central. Estudos mostram que entre as classes mais usadas sem prescrição, encontram-se os laxantes, relaxantes musculares, analgésicos, antiácidos, anti-histamínicos sistêmicos e vitaminas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que mais de 50% dos medicamentos são prescritos ou dispensados de forma inadequada, assim como 50% dos pacientes tomam medicamentos de maneira incorreta o que acarreta alto índice de morbidade e mortalidade. Estima-se que 30% das admissões hospitalares de pacientes idosos são relacionadas a problemas com medicamentos, incluindo efeitos tóxicos advindos do seu uso inadequado. Os estudos analisados reforçam a ideia de que a intervenção do farmacêutico aumenta a adesão dos pacientes idosos a farmacoterapia, reduzindo a presença de interações medicamentosas. Conclusão: Observa-se que o uso de medicamentos em idosos promove efeitos benéficos e indesejáveis. Para que ocorra o uso racional de medicamentos entre idosos, é necessária a presença do farmacêutico que oriente os idosos sobre a utilização da farmacoterapia correta, evitando os efeitos decorrentes do mau uso de medicamentos.