Sabe-se que experiência do jogo proporciona o desenvolvimento do potencial criativo e consequentemente melhora a saúde mental do ser vivente. Dessa forma, este relato procurou demonstrar o quanto à vivência do jogo pode de forma geral influenciar na saúde e bem estar de idosos institucionalizados. Neste sentido, inicialmente, o Grupo de Estudos em Envelhecimento do Programa Qualidade do Viver, vinculado ao LEPEC/UFPB, necessitou de um planejamento específico visando à organização de algumas adaptações no jogo de vôlei sentado, com o intuito de atender as peculiaridades de idosos institucionalizados. Participaram da vivência 25 indivíduos, de ambos os sexos, com idades variando entre 68 a 108 anos, sendo três cadeirantes. As sequências de aulas foram desenvolvidas em ambiente livre na Instituição de Longa Permanência (ILP) ASPAN, num total de sete aulas/intervenções, realizadas nos períodos de outubro à dezembro de 2012. Todas as aulas eram planejadas previamente nas quintas-feiras das 14h às 16h e nas sextas-feiras das 09h às 11h aconteciam às intervenções com vivências práticas. Quanto à metodologia das aulas seguimos o modelo LEPEC de intervenção. O intuito inicial deste plano foi oferecer aos idosos todas as condições possíveis para que houvesse participação autônoma, prazer em jogar e interação grupal adequada, pois, alguns participantes tinham certas limitações físicas (cadeirantes), além de patologias comuns da velhice, à saber: reumatismo, osteoporose, miopia, hipertensão arterial, entre outras. Diante destas problemáticas, resolvemos reformular a forma de jogar do vôlei sentado, adequando as características e limitações dos participantes à dinâmica do jogo cooperativo; daí houve a necessidade da criação de novas regras. Neste sentido, foi realizada uma adaptação do vôlei de quadra tradicional para o vôlei sentado, jogo este que foi reconfigurado da seguinte forma: 1. Participantes dispostos em uma quadra de vôlei, com demarcação em formato retangular, similar a original diferenciando-se nas medidas por ser um pouco menor e estar em ambiente livre na instituição; 2. O jogo era disputado com os idosos sentados e dispostos em cadeiras e bancos dentro dos limites da quadra; 3. rede oficial foi substituída por uma rede de badminton; 4. O jogo basicamente era disputado pelos idosos através de arremessos ao invés de toques com a bola; 5. Os idosos eram responsáveis pela criação dos nomes das equipes; 6. As demarcações da quadra eram feitas com giz e alguns cones para assegurar visualmente aos idosos as limitações do espaço; 7. Cada grupo comunicava-se verbalmente interagindo entre eles, dando dicas de como melhorar suas jogadas arremessando a bola para o lado adversário. Ao término das aulas percebemos através das falas expressas pelos idosos uma aceitação positiva da vivência. Com a prática do jogo, muitos participantes modificaram e passaram a perceber novamente o ambiente que os cerca dentro e fora da ILP; demonstrando durante a iniciação desta vivência alegria ao estar jogando em um ambiente livre e motivador. A experiência do jogo favoreceu um mergulho prazeroso e criativo aos participantes, sendo a ludicidade responsável pela busca da recomposição autônoma e do bem estar dos idosos institucionalizados.