O capim-corrente (Urochloa mosambicensis Hack. Daudy) tem origem no continente africano, sendo introduzido no Brasil em 1922 (PUPPO, 1979). Esta gramínea possui adaptação à clima quente com boa tolerância à seca, apresentando bom desenvolvimento em regiões com precipitação pluvial média anual mínima de 500 mm. A ocorrência de longos períodos de estiagens é um dos maiores desafios para a produção animal no Semiárido do Brasil, sendo necessário, portanto, aprimorar os estudos em espécies forrageiras capazes de suportar tais desafios climáticos. Com isso, diversos estudos agronômicos e fisiológicos que envolvem crescimento vegetal (BLANCO; FOLEGATTI, 2003), assim como a avaliação de práticas culturais como densidade de plantio, adubação, irrigação e poda, dependem fundamentalmente do conhecimento da área foliar da espécie estudada (FAVARIN et al., 2002). Ademais, Maracajá et al. (2008) afirmaram que a área foliar é uma das mais importantes medidas de avaliação do crescimento vegetal, por estar ligada ao incremento de matéria seca nas plantas, logo, sua estimativa é de suma importância, uma vez que os efeitos da interceptação da radiação solar pela folhagem interferem na quantidade e qualidade da biomassa produzida. No entanto, pouco se conhece a respeito da estimativa da área foliar do capim-corrente, necessitando de estudos em diferentes locais, possibilitando melhorar o manejo agronômico desta cultura. Desse modo, torna-se de suma importância, desenvolver um método prático para se estimar com precisão a área foliar desta planta. Com isso, objetivou-se definir, com base no comprimento e largura do limbo foliar, o melhor modelo matemático para estimativa da área foliar do capim-corrente. Inicialmente, separou-se 100 lâminas foliares de capim-corrente determinando-se o comprimento (C) e a largura (L) de cada limbo. Após a determinação do comprimento e da largura, cada limbo foliar foi cuidadosamente contornado com grafite sobre folhas de papel milimetrado, formando-se assim, desenhos de limbos com dimensões iguais à lâmina foliar de capim-corrente analisada. Em seguida, esses contornos foram cortados e pesados em balança semi-analítica. Após esse procedimento, foi recortado um quadrado de papel da mesma procedência dos desenhos anteriores, com dimensão de 10 cm x 10 cm, equivalente a 100 cm2, pesando 0,630 g. Assim, sabendo-se a massa equivalente a 100 cm2 de papel milimetrado, foi possível determinar de forma proporcional, a área foliar real de cada limbo analisado de capim-corrente. A partir dessa análise, utilizando-se os dados das 100 lâminas foliares, foi realizada a correlação da área foliar real (AFR) de cada folha, considerada como variável dependente, com os produtos do comprimento pela largura do limbo (C x L), variáveis independentes, determinando-se assim, a equação de regressão para estimativa da área foliar do capim-corrente com base no maior coeficiente de determinação (R2). A correlação entre a AFR e o C x L apresentou comportamento linear. Além disso, nota-se que a equação linear obtida apresenta coeficiente de determinação de 0,98. Portanto, o modelo matemático linear y = 21,907 + 0,7768 (C*L) pode ser usado para determinação da área foliar real de Urochloa mosambicensis com bases nos valores de comprimento e largura da folha desta espécie.