A discussão desenvolvida nesse trabalho situa-se em torno dos impactos psicológicos ocasionados pela seca e as estratégias de intervenção da Psicologia das Emergências e Desastres. Sobre os impactos psicológicos da seca, aponto o sentimento de luto, enquanto uma reação subjetiva comum na passagem desse acontecimento. O luto caracteriza-se em uma reação psicológica frente ao fenômeno de perda. Nesse sentido, pensar a seca é refletir sobre um número ilimitado de perdas reais e simbólicas que interferem maleficamente no psiquismo e no bem-estar do ser humano. Partindo de uma revisão teórica, pretende-se apontar a importância da Psicologia das Emergências e Desastres como uma política de intervenção necessária e urgente, junto à comunidade que sofre a iminência real da crise hídrica. A Psicologia das Emergências e Desastres é uma área da Psicologia que estuda as diferentes mudanças e fenômenos pessoais presentes em uma situação de perigo, seja esta natural ou provocada pelo homem. No que se refere à classificação dessa ciência, a seca caracteriza-se enquanto um desastre natural de evolução crônica (lenta), por seu desenvolvimento ser progressivo ao longo do tempo. Em termos conclusivos, além de ações para amenizar os efeitos da seca, como construção de cisternas, perfuração de poços e distribuição de água através de carros pipas, se faz necessário, ainda, o planejamento de estratégias psíquicas que auxiliem a população em seu enfrentamento subjetivo. Daí, a importância da Psicologia das Emergências e Desastre como um trabalho que não deve estar de fora das politicas de planejamento e ação de riscos desse desastre.