O presente estudo se debruça criticamente diante do uso do método behaviorista na educação, seja em espaços formais, seja em informais. Tendo em vista a viabilidade do uso de métodos punitivos e reforçadores em processos de formação de comportamento, queremos pensar não só suas consequências no que tange a formação humana, como, principalmente, até que ponto o uso da punição e da recompensa pode ser visto como princípio ideal de educação. Esse é o cerne de nosso estudo. Tal problemática nos desafia primeiramente à reflexão do que é educar (pensando esse tópico a partir do prisma da formação comportamental, típica expressão de sua função civilizatória); em seguida, nos dispõe a examinar os pressupostos teóricos do behaviorismo, focando especialmente Skinner e Watson, expoentes do pressuposto comportamentalista na educação; por fim, nos impele a explorar os fundamentos teóricos da linha humanística (assumindo Carl Rogers como nosso principal interlocutor). Nossa investigação parte, pois, da hipótese de que a formação do comportamento tem que partir da formação do humano, entendendo o “humano” em questão como um ser complexo, indefinível, que não pode ser mensurado em prismas mecanicistas. Em outras palavras, consideramos que o comportamento imposto também leva à formação do humano, mas pressupomos que quando pensamos essa “formação” tocamos na perspectiva do humanismo que, por sua vez, concebe o ser humano em sua complexidade, não como um ser mecânico que repete o que se lhe impõe e que vê anulando seus sentimentos, sua subjetividade criadora e todas as demais dimensões que tocam sua polissemia. Este estudo quer, portanto, desafiar-nos à reflexão acerca de uma educação profícua à promoção de sujeitos que entendam a importância de sua liberdade nos processos de ensino e aprendizagem, bases para uma cultura formativa mais humanizada.