Neste texto são apresentadas reflexões sobre as referências conceituais e metodológicas da dissertação de mestrado intitulada - Identidade Negra e Processos Subjetivos na Infância: formas de enfrentamento do Racismo - assim como, as motivações para a pesquisa e os desafios enfrentados para consolidar uma relação pesquisador e pesquisado, cuja memória dos últimos serviu de base para o enriquecimento do labor empírico, numa busca de visibilidade e fortalecimento da identidade desses sujeitos protagonistas de suas histórias, porém silenciados pela história hegemônica. Discorro sobre o cenário da pesquisa, enquanto um local de pertencimento e de fortalecimento da pesquisadora, no crescimento humano, bem como o caminho trilhado para chegar até o presente trabalho. A base metodológica foi construída a partir dos estudos do materialismo histórico e dialético, precisamente apoiado na Escola de São Paulo-PUC, na imbricação e intersecção de epistemologias distintas (psicanálise, psicologia social materialista histórica, relações étnico-raciais e educação). No intuito de entender dialeticamente, a constituição da identidade da criança negra, em seus movimentos de transformação e enfrentamento do racismo.