A Discalculia é um transtorno específico da aprendizagem com prejuízo na matemática, que atinge cerca de 3% a 7% das crianças em idade escolar, em diferentes culturas. A despeito de sua alta prevalência, existem poucos estudos específicos sobre o tema e muitos profissionais da Educação continuam desconhecendo o transtorno, em grande parte devido à ausência ou insuficiência de estudo durante sua formação. O desconhecimento leva a crenças distorcidas de que Discalculia é resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, baixa inteligência ou nível sócio-econômico. O estudo descritivo e analítico de caráter bibliográfico tem por objetivo contribuir com a formação de professores que atuam na Educação Básica. A causa da Discalculia é atribuída à interação de fatores genéticos predisponentes com fatores ambientais gerais, tais como desvantagem econômica, falta de oportunidade de aprendizagem ou educação escolar inadequada. Os discalculicos frequentemente apresentam inteligência normal, mas tem grandes dificuldades em compreender, memorizar ou manipular números e em realizar cálculos precisos ou fluentes. Indivíduos intelectualmente talentosos também podem apresentar Discalculia; tais indivíduos podem manter um funcionamento acadêmico aparentemente adequado mediante o uso de estratégias compensatórias, esforço extraordinariamente alto ou apoio. O estudo destaca estratégias e intervenções pedagógicas no contexto escolar, ressaltando que não se tratam de “receitas prontas” mas de sugestões metodológicas que podem influenciar positivamente no curso e na expressão clínica do transtorno. Conclui-se que à Educação Integral cabe reconhecer as potencialidades e necessidades educativas singulares dos alunos discalculicos e compreender a escola, o bairro e a cidade como territórios educadores capazes de otimizar essas potencialidades a partir da cooperação da comunidade escolar e das redes sociais.