Introdução: O aumento do número de pessoas idosas (população com 60 anos ou mais) em todos os países vem acarretando uma maior demanda aos serviços de atenção básica à saúde, decorrente do aumento na incidência de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT). Com isso, faz-se necessário uma reestruturação da atenção básica, visto que a assistência que lhes é prestada carece de cuidados específicos às necessidades dessa população. No decorrer das atividades do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), tem-se observado a carência de atenção mais focada na pessoa e menos na doença. Por ser um campo de aprendizagem prática, a assistência prestada deve estar voltada para realidade da população idosa do município em sintonia com as políticas públicas para essa demanda. Considerando-se que a estruturação das políticas públicas de saúde deve estar fundamentada no diagnóstico de problemas específicos, este estudo teve por objetivo conhecer os motivos que levaram os idosos a procurarem atendimento em uma Unidade de Saúde da Família (USF). Metodologia: Trata-se de um estudo documental descritivo de abordagem quantitativa. Foram analisados todos os prontuários, Fichas A e Ficha do Idoso das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, no tocante a data da última consulta registrada em seu prontuário, e principais queixas/motivo de procura por atendimento na USF. A população do estudo foi formada por 331 prontuários cadastrados na USF José Aurino de Barros Filho, equipe Pedreira I, localizada no município de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Todas as informações foram coletadas por alunos do PET-Saúde entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013. Os dados foram analisados e organizados com o auxílio dos recursos do Microsoft Excel. Resultados: Os resultados encontrados mostraram que 99,4% da população idosa possuía ficha de atendimento na USF avaliada. Em relação à Ficha do Idoso, apenas 5,44%, possuíam cadastro atualizado. 46,5% das pessoas avaliadas realizaram consulta com o médico da USF pela última vez em 2012, 5,8% em 2011, 7,8% entre 2010 e 2008, e 9,9% em período anterior ou igual ao ano de 2007. Em 29% das fichas não se conseguiu identificar a data da última consulta, devido à letra ilegível ou à ausência da devida anotação. As principais queixas principais/motivo de atendimento foram: 11,7% Hipertensão Arterial Sistêmica, 10,5% apresentação de resultado de exames, 5,4% consulta de rotina, 3,6% controle da Diabetes Mellitus, 3,3% solicitação de receita de medicamentos controlados, 12,2% apresentou outras queixas além das citadas. Vale salientar que 30,5% dos prontuários não apresentavam o motivo da consulta ou a letra encontrava-se ilegível. Conclusão: Verificou-se que os principais motivos que levaram a população idosa a procurar atendimento na USF avaliada relacionavam-se às DCNT, sugerindo a necessidade do desenvolvimento de atenção mais específica para atender a essa demanda. Observou-se também a necessidade de cadastramento e atualização da ficha do idoso na área de abrangência da ESF investigada. Com base nessas considerações, espera-se que os resultados do presente estudo possam subsidiar ações de promoção, prevenção e atenção a população idosa, voltadas para o cuidado integral, através da articulação ensino-pesquisa-comunidade.