Introdução: A saúde no envelhecimento deve ter um sentido amplo em que serviços para acolher idosos ofereçam oportunidades para sair do isolamento e estabelecer vínculos com pessoas diferentes, aumentando e fortalecendo relações pessoais. A Terapia Comunitária (TC) nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) foi desenvolvida em 1987 na comunidade do Pirambu, Fortaleza-CE e surgiu como ferramenta de cuidado nos programas de inserção e apoio à saúde mental. A TC apresenta respostas satisfatórias e é um espaço de acolhimento e escuta, para partilha de sofrimentos e sabedoria, reflexão e troca de experiências, criando uma teia de relação social, na busca de soluções para conflitos pessoais. Na Paraíba, os profissionais do Programa de Saúde da Família, preocupados com a saúde dos idosos, têm desenvolvido grupos para melhorar os vínculos sociais entre equipe e moradores e ajudar a entender as principais preocupações relacionadas à saúde. Objetivo: Apresentar casos de idosos no grupo de saúde mental da UBSF Malvinas II, Campina Grande, Paraíba e demonstrar sua importância na qualidade de vida do idoso. Estudo de Caso: Estudo na UBSF Malvinas II em Campina Grande, Paraíba, que possui um grupo de saúde mental composto por 46 idosos, com idade entre 60 e 85 anos. O grupo possui predominantemente mulheres (74%) e de acordo com os depoimentos trocaria seus remédios por emprego ou maior contato com familiares, existe há 6 anos e é baseado em reuniões mensais, com leituras, relaxamentos, dinâmicas e discussões sobre saúde mental. A equipe possui uma médica, uma enfermeira, sete agentes comunitárias de saúde e seis alunas dos cursos de medicina, enfermagem e psicologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A importância do grupo consiste na melhoria de vida dos participantes. S. D. L., feminino, 82 anos, usa diazepan e frequenta o grupo por conviver com dois filhos alcoólatras, sendo um cego, com diabetes mellitus tipo 2 e sem tratamento por opção. Frequenta o grupo há 6 anos e seu depoimento foi: “Sou muito feliz no grupo”, “Abriu um caminho pra mim”, “Passo tanto aperreio com meu filho cego, sofro tanto, vou pro hospital direto, saiu de alma lavada das reuniões”. O grupo aumenta seu bem estar e faz com que junto ao uso de sinvastatina consiga controlar a hipertensão arterial. D. L. S., feminino, 67 anos, usa gardenal devido convulsões geradas por AVC hemorrágico e coma por 17 dias aos 51 anos. Além disso, tem hipertensão e osteoartrite, geradora de dores diárias. Frequenta o grupo há 5 anos e declarou: “Agente tá compartilhando, tem uma esperança melhor”, “O momento de ficar juntos é muito bom, são todos atenciosos e amorosos”. Conclusão: Através dos discursos dos idosos percebem-se os benefícios alcançados e as mudanças que ocorreram em suas vidas após a participação nos encontros de TC. Diante da escuta e acolhimento, que não trazem maiores custos aos gestores, profissionais de saúde envolvidos na promoção da saúde mental podem compreender melhor as preocupações e dificuldades e direcionar suas condutas terapêuticas, melhorando a qualidade de vida da população idosa.