Com a retomada do estudos e debates sobre a problemática das condições estruturais e pedagógicas das escolas do campo, no Brasil, a partir dos anos 2000, se faz necessário analisar as práticas educativas deslocadas das necessidades reais dos indivíduos que vivem no campo. Neste expediente, a prática educacional para o campo precisa de um olhar diferenciado que proporciona uma adequação da formação docente às necessidades específicas de quem vive no campo. A educação do campo necessita de um olhar permanente e diferenciado, voltado para a realidade dos docentes do campo e suas peculiaridades. O presente trabalho analisará a formação continuada de professore/as do campo e os dilemas que a envolve, em particular da rede municipal de ensino da cidade de Vitória de Santo Antão, interior pernambucano. Os processos metodológicos selecionados para a realização desta pesquisa condiz no método indutivo, de viés qualitativo. Como resultados do estudo ressaltamos que (i) além da carência de uma política pública direcionada às especificidades da população do campo, no âmbito educacional, os processos de formação dos professores do campo são pautados por uma visão hierárquica da cidade sob o campo; (ii) a educação do campo é considerada como residual e, por vezes, invisibilizada nos conteúdos dados e abordados nas formações continuadas e, (iii) as políticas públicas educacionais destinadas à população do campo tem como base a realidade escolar urbana, provocando deficit na prática pedagógica nas escolas do campo.