INTRODUÇÃO: A população acima dos 60 anos de idade tem aumentado significativamente no Brasil. De acordo com o Censo Demográfico 2010, o país tinha 14 milhões de pessoas com mais de 65 anos. A depressão consiste em enfermidade mental frequente no idoso e se não tratada, aumenta o risco de morbidade clínica e de mortalidade, principalmente em idosos hospitalizados com enfermidades gerais, muitas vezes são subdiagnosticados e subtratados, causam aumento da dependência funcional, isolamento social e piora da qualidade de vida. Sendo fundamental a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) como um instrumento amplamente usado para rastrear a depressão em idosos. OBJETIVO: O presente trabalho busca avaliar a prevalência de depressão em idosos atendidos na enfermaria do Hospital Universitário Alcides Carneiro, unidade de atendimento terciário, da cidade de Campina Grande – PB, a fim de aprimorar os conhecimentos sobre a patologia, como também o uso sistemático de escala de depressão na detecção precoce da doença e melhor intervenção sobre os indivíduos.METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo, transversal e quantitativo, com aplicação de questionário contendo variáveis sociodemográficas (idade, gênero, estado civil, arranjo familiar, atividade física realizada e escolaridade), diagnóstico principal da doença que levou o idoso ao internamente e para avaliação da depressão foi utilizada a Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (GDS-15). Os indivíduos foram selecionados pelos seguintes critérios: idade maior ou igual a 60 anos; capacidade física e mental para responder o questionário; aceitação concedida após a explicação do objetivo deste estudo. A escala foi aplicada face-a-face, por dois assistentes de pesquisa capacitados.RESULTADOS: Foram entrevistados 33 idosos, na faixa etária entre 60 e 90 anos, com média de 70,5 ± 9,5, houve predominância do sexo feminino, com 17 mulheres (51,5%) e 16 homens (48,5%). A maior parcela era de indivíduos casados ou em união estável (69,7%) e sendo à diabetes (42,4%) a principal co-morbidade associada, quanto a escolaridade 54,5% cursaram o ensino fundamental e em relação ao arranjo familiar prevaleceu à condição de moradia com companheiro, filhos e netos (30,3%), estando o sedentarismo presente em 54,5% dos entrevistados.Os resultados da pontuação da Escala de Depressão Geriátrica, variou entre 1 e 12, com média de 4,72 ± 2,62. Observou-se que 45,5% dos idosos apresentaram pontuações sugestivas de depressão e entre os deprimidos, 6,7% foram caracterizados como sugestivos de depressão grave. Observou-se relação diretamente proporcional entre depressão e a idade, além de ser observada a prática regular de atividade física como importante fator protetor.CONCLUSÃO: Observou-se alta prevalência de depressão na pesquisa, que se agrava com o avançar da idade e diante do sedentarismo, promovendo uma piora na qualidade de vida e agravos na saúde. Fazendo-se necessário a criação de programas nacionais para os idosos, a fim de promover participações em movimentos sociais e atividades culturais, com incentivo à prática de atividade física regular. Esses programas devem ser compatíveis com a disponibilidade e o interesse da população idosa envolvida, levando à diminuição da sintomatologia depressiva neste grupo etário e consequentemente melhorando a expectativa e qualidade de vida.