Este artigo tem por finalidade destacar questões da identidade do doente mental, associando-as à dificuldade de sua efetiva reinserção social, tendo em vista que uma reflexão sobre esta temática auxiliará em uma maior conscientização acerca de entraves que se fazem presentes na sociedade, considerando que o longo percurso histórico permeado pela classificação de uma identidade de “louco” ainda se constitui um fardo pesado à aceitação mais efetiva da autonomia de pessoas assim rotuladas. Com efeito, inicialmente, faremos alusões sobre mudanças relativas às concepções da doença mental que ocorreram ao longo do tempo, procurando demonstrar que os discursos e práticas se relacionam à forma da sociedade concebê-la e tratá-la, chegando-se, assim, à culminância do imprescindível papel que a Reforma Psiquiátrica teve no que se refere à desmistificação da loucura. Com isto, realmente as pessoas portadoras de tal doença puderam exercitar suas escolhas, facilitando-se, consequentemente, o resgate de suas “narrativas de vida”, de sua identidade. Por outro lado, ao percorremos pelos estudos de autores das ciências sociais referentes à identidade, constatamos a difícil trajetória que pessoas excluídas precisam passar, em suas incursões sociais, a fim de afirmar-se enquanto indivíduos capazes. Portanto, concluímos que esse trabalho dará respaldo a uma maior compreensão para o enfrentamento das dificuldades diárias enfrentadas quanto à proposta de uma efetiva Reinserção Social. A metodologia utilizada foi a descritivo-analítica, havendo uma pesquisa bibliográfica de autores da saúde mental e das ciências sociais e a articulação de suas ideias sobre o tema por meio de uma sistemática análise comparativa.