A ocorrência da sintomatologia depressiva em crianças está vinculada, em sua grande maioria, às relações interpessoais. Considerando a família, em suas diversas configurações, como sendo o primeiro grupo de interação dos indivíduos, o presente estudo objetivou analisar a relação existente entre a representação social da depressão infantil e o arcabouço familiar. Para tanto, foi realizada uma pesquisa, de cunho qualitativo e quantitativo, em duas escolas situadas na cidade de Campina Grande- PB. Participaram do estudo 170 crianças, 91 foram provenientes de instituições públicas. Os instrumentos utilizados foram o CDI e o Desenho-Estória com Tema. Para análise dos dados do CDI – utilizado em primeiro momento como screening na seleção da amostra -, foi utilizada estatística descritiva e bivariada, já os dados provenientes do Desenho–Estória com tema as classificações tiveram como base o modelo de análise do grafismo e conteúdo das estórias. Quanto aos dados sociodemográficos identificou-se que os participantes possuíam faixa etária variando entre 8 à 12 anos, com média de 9.73 e desvio padrão de 1.31, sendo 50.4% do sexo masculino e 49.6% do sexo feminino. Destacou-se que 10% da população possuía pontuação acima do ponto de corte de 17 na escala do CDI - indicativo de sintomatologia depressiva. O Desenho-Estória com Tema destacou a categoria: Estrutura Familiar, vinculadas a duas subcategorias: Depressão vinculada à perda de um dos genitores e Depressão vinculada à violência familiar. Diante dos resultados obtidos, pôde-se observar que o suporte familiar pode ser considerado como um importante preditor de transtornos afetivos em crianças.