Nos dias atuais, o desenvolvimento da indústria e da tecnologia tem gerado um arsenal de substâncias químicas, muitas das quais capazes de provocar danos à saúde dos organismos vivos, entre elas, os domissanitários, que são substâncias ou preparações destinadas à higienização ou desinfecção de ambientes coletivos ou públicos. Este trabalho analisa o perfil epidemiológico das exposições tóxicas a produtos domissanitários registradas pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande, Paraíba, Brasil, no período de outubro de 2015 a março de 2016. Os dados foram coletados através das informações colhidas da vítima e/ou familiares da mesma, pelo plantonista do Ceatox-CG no momento da admissão do paciente, bem como o acompanhamento das fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram registradas 720 intoxicações humanas no período e, destas, foram atendidos 41 (5,7%) casos de intoxicações por produtos domissanitários. Os intoxicados por saneantes domésticos na região são predominantemente crianças (63,4%), do gênero feminino (53,6%), que se expõem ao produto predominantemente pela via oral (95%). Diante disso, conclui-se que é relevante destacar a importância dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica como fonte de informação dos dados epidemiológicos de uma região. No que diz respeito às intoxicações, propõe-se que medidas estruturantes sejam mantidas e reforçadas, com foco na melhoria dos indicadores, tendo em conta o grande impacto epidemiológico e assistencial de tais agravos.