A automedicação é uma prática que pode vir a acarretar sérios danos ao paciente, como a intoxicação, sendo as crianças um dos grupos populacionais mais atingidos. O objetivo desse estudo é caracterizar a prática de automedicação em crian¬ças, por seus responsáveis, e analisar se esta prática leva ao agravamento do quadro, segundo os Pediatras. Esse estudo trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva, transversal, realizada com os responsáveis pelas crianças e adolescentes, de 0 a 12 anos de idade internadas no HULW, e com os Pediatras da ala pediátrica. Foi utilizado um questionário destinado aos responsáveis e outro destinado aos Pediatras. Observou-se uma prevalência de 81% de automedicação em crianças quinze dias antes da internação e 38,3% das crianças automedicadas possuíam idade menor que um ano. Dos responsáveis entrevistados, 27,6% relataram que o principal motivo da automedicação foi a longa espera pelo atendimento. O principal sintoma responsável por esta prática foi a febre, sendo os analgésicos/antipiréticos mais usados. Dos Pediatras entrevistados, 13,4% afirmaram que esta prática mascara os sintomas e pode agravar a doença. Porém, segundo 71,4% dos Pediatras entrevistados, não dá para afirmar que o agravamento do quadro, durante a internação, esteja relacionado com a automedicação. Diante do exposto, pode-se concluir que, a prevalência da automedicação em crianças com idade menor que um ano é bastante elevada e que esta prática está associada, principalmente a longa espera pelo atendimento, tornando-se de fundamental importância a presença do Farmacêutico, através da Atenção Farmacêutica, para diminuir os riscos desta automedicação.