Resumo: Introdução: A violência contra mulher é uma evidência clara das desigualdades de gênero e impacta significativamente a saúde das mulheres que a sofrem. Entretanto, esse ainda é um tema pouco debatido e enfrentado pelos serviços de saúde. Objetivo: analisar a produção científica nacional sobre a atenção à violência contra a mulher, com enfoque na atuação dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). Método: o estudo realizou uma revisão sistemática da literatura, através do levantamento e seleção de nove artigos científicos publicados nas bases de dados Medline, LIlacs, Scielo e BVS-MS, no período de 2002 a 2013. Resultados: o estudo permitiu construir quatro categorias que revelaram a existência de uma atenção primária à saúde desarticulada da rede de assistência e despreparada para cuidar da mulher vitimizada por violência. O estudo mostrou que ainda predomina o cuidado curativista, voltado às questões reprodutivas femininas. A execução de um trabalho em saúde não integral, reducionista, pode estar relacionado à naturalização da violência por parte dos profissionais de saúde. Isto significa que são necessárias a execução de ações de educação permanente em saúde para qualificar as práticas voltadas às mulheres. Conclusão: A alta incidência de casos de contra mulher na APS, o desconhecimento dos profissionais quanto ao tema e a ausência de uma rede articulada com a APS, evidência a necessidade de qualificação dos profissionais de saúde para lidar com situações de violência contra a mulher, bem como a necessidade da criação de fluxos e referências que os instrumentalizem.