A graduação em Medicina é uma trajetória de muita dedicação e de submissão a diversas exigências que o currículo acadêmico traz. Com isso, é esperado dos estudantes um comprometimento ao curso, de modo que empenhem o seu vigor a esse período, sabendo lidar com renúncias, situações de morte e grandes responsabilidades sociais. Entretanto, estudos têm demonstrado que uma grande parcela dos futuros médicos não consegue atingir esses requisitos de modo equilibrado e saudável. O presente estudo tem a finalidade, portanto, de compreender sistematicamente os distúrbios de ansiedade e depressão em estudantes de Medicina no Brasil, visto que são desafios a serem superados por eles. O estudo foi realizado, então, a partir de artigos que abordam a saúde mental de estudantes de Medicina, da base de dados LILACS, com os seguintes descritores: depressão e estudantes de medicina; ansiedade e estudantes de medicina; depressão, ansiedade e estudantes; resultando em doze artigos concernentes aos critérios de inclusão apresentados pelo presente trabalho. A maioria dos artigos revisados utilizou como critério de avaliação de sintomas ansiosos e depressivos os questionários autoaplicáveis: Inventário de Ansiedade e/ou Depressão de Beck (IAB ou IDB) e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Ehad). Com isso, relata-se que, no contexto brasileiro, o estudante de Medicina sofre uma pressão social particular por estar em um curso que visa a manutenção da saúde alheia e isso advém desde um estressante processo seletivo, o vestibular. Esta pressão aliada à quantidade excessiva de afazeres acadêmicos faz com que este discente seja mais susceptível a prejuízos na saúde mental. Além disso, percebeu-se a necessidade de mais estudos sobre o tema, principalmente de caráter longitudinal e qualitativo.