O envelhecer carrega consigo uma série de eventos que marcam a passagem do tempo e remonta uma nova fase da vida. Nas sociedades tradicionais o velho ocupava um lugar simbólico de saber sobre a vida, era responsável por perpetuar diversos saberes intrínsecos a memória coletiva, a partir das narrativas. Com o passar dos anos o velho foi sendo cada vez mais desvalorizado, deslocado para o lugar de inutilidade, degradação e finitude. A tradição de utilizar plantas para cura de doenças é um conhecimento transmitido através de várias gerações desde os primórdios da humanidade, e é muitas vezes a única forma terapêutica disponível para determinadas populações. Desse modo, o objetivo do trabalho ora em apreciação é refletir a cerca da utilização da contação de histórias através da fala a fim de resgatar os saberes populares e tradição do uso de plantas medicinais, fazendo da fitoterapia popular um instrumento de ressignificação de vida e promoção de um envelhecimento ativo. Trata-se de um recorte de uma pesquisa realizada em Fagundes pelo PET Conexões de Saberes Fitoterapia/CCBS-UFCG. O estudo possui delineamento transversal do tipo exploratório observacional, com aplicação de formulários para coletar dados. Os idosos da população pesquisada, em sua maioria, ainda se preocupam com a disseminação do saber sobre a fitoterapia popular, a partir do discurso projetado para as gerações seguintes. No entanto, para que estes primeiros sintam-se parte importante do meio social é necessário que haja uma maior valorização no tocante a contação de histórias sobre as plantas medicinais.