O aumento no consumo de psicotrópicos tem sido considerado um grave problema de saúde pública devido aos sérios prejuízos que esta prática causa à saúde da população. Esse contexto torna-se ainda mais complexo quando se trata da população idosa, em especial a institucionalizada. Diante do exposto, o presente estudo buscou analisar a prevalência de medicamentos psicotrópicos utilizados por idosos residentes em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) do município de Boa Vista/RR. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, transversal e retrospectivo, baseado em dados secundários coletados em prontuários e prescrições médicas de idosos institucionalizados em Boa Vista/RR, entre janeiro e maio de 2015. Os sujeitos do estudo foram idosos residentes na ILPI, que possuíam idade igual ou superior a 60 anos e residiam na instituição por um ano ou mais. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente (30914414.4.0000.5302) de acordo com a Resolução CNS nº 466/2012. A ILPI avaliada possui um total de 36 idosos, dos quais 28 atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, sendo 24 homens (85,7%) e 4 mulheres (14,3%). Entre esses idosos, 46,4% apresentaram diagnóstico para doença mental. Os principais distúrbios mentais observados foram demência (25%) e depressão (10,7%). Foi observado que a maioria dos idosos da ILPI (n=16) possuía prescrições de 1 a 3 medicamentos psicotrópicos (76,2%). Neste estudo, a prevalência foi da prescrição de antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (n=11; 55% dos antidepressivos prescritos), e de antipsicóticos atípicos como a risperidona (n=8; 53,3% dos antipsicóticos prescritos). Promover o uso racional de medicamentos neuropsiquiátricos pode garantir melhorias na qualidade de vida do idoso institucionalizado e diminuir a ocorrência de internações devido a reações adversas a medicamentos, ou à indicação inadequada do medicamento.