Os hábitos alimentares têm se tornado muito importantes em relação à qualidade de vida, em especial dos idosos. Esse fato pode ser compreendido quando são apresentadas situações de dificuldades em relação a se manter algum tipo de restrição alimentar. Foram levantadas e analisadas memórias afetivas sobre alimentação e como essas interferem nas escolhas alimentares atuais de idosas, em uma pesquisa de campo, exploratória, de corte transversal, com análise de discurso de base fenomenológica. Selecionadas, por conveniência, 10 idosas, residentes no estado de São Paulo, as quais responderam a um questionário de caracterização e a uma entrevista semiestruturada. Verificou-se que as lembranças infantis alimentares estão presentes no cotidiano e interferem nas escolhas atuais; a figura materna foi predominante nas associações; houve a inserção de novos alimentos ao longo da vida; e eventos religiosos e alimentação se mostraram interligados. Fatores sociodemográficos interferiram tanto na alimentação quanto em outros hábitos relativos à saúde, como a ingestão de medicamentos. Recomenda-se outras investigações em que se considere o gênero masculino, a procedência dos entrevistados e outras variáveis para maior ampliação dos resultados verificados. Conclui-se sobre a importância de levantamento extenso quando se pretende alterar os hábitos alimentares.