RIBEIRO, Letícia Mendonça Lopes et al.. . CONEDU - Gênero, Sexualidade e Educação (Vol. 02)... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/105947>. Acesso em: 27/12/2024 13:55
A vida das mulheres da Amazônia Acreana é essencialmente marcada pelo patriarcado; exemplo disso são as decisões, por elas assumidas, para se manter com seus companheiros nas situações em que a migração (mudança de residência no território do campo) é determinada por esses homens. O presente estudo objetivou identificar repercussões da necessidade de migração nas decisões pessoais e profissionais assumidas por professoras em união estável, considerando suas condições de vida e os aspectos relacionados ao cenário estudantil e laboral no meio rural de Feijó, estado do Acre. O referencial teórico se baseou nos trabalhos que discutem o contexto de opressão/repressão feminina no meio rural, seus desdobramentos e seus impactos na Cultura Camponesa. A produção dos dados se estabeleceu por meio da entrevista semiestruturada, aplicada a dez professoras, originárias e residentes na Amazônia Acreana. A análise se ancorou nos estudos sobre Análise de Conteúdo, tendo como suporte o tratamento dos dados como narrativas orais, que possibilitaram vislumbrar uma dimensão ampliada do cotidiano e, simultaneamente, identificar as singularidades das sujeitas da pesquisa. Os resultados permitiram identificar que a trajetória de vida dessas mulheres é atravessada pelo patriarcado, o qual as condicionou a migrar, sob as deliberações de seus companheiros, no território acreano. Esse contexto repercute em interrupções da escolarização básica, necessidade de ingresso na profissão docente e/ou abandono das atividades laborais em benefício dos cuidados com a família. Essa conjuntura permitiu às professoras se caracterizassem como mulheres fortes e decididas, que assumiram a decisão que elas perceberam como “escolha certa”: priorizar a família – em detrimento da escolarização e/ou da carreira profissional..