Partimos do pressuposto de que as diferenças são parte constitutiva da sociedade e, consequentemente, da escola. É importante frisar que historicamente as diferenças foram também usadas como pretexto para guerras, perseguições, escravização, violências, discriminação, preconceitos. Por meio de dualismos e dicotomias, foram se nomeando determinados sujeitos sociais.
Nesse processo, fomos produzindo discursivamente determinados sujeitos e nomeando-os, incluindo-os e excluindo-os. Cotidianamente a escola, local em que a diferença e a diversidade cultural são parte constituinte da cultura escolar, é desafiada a desenvolver atividades que propiciem a aprendizagem e o convívio com as diferenças e os diferentes. No Brasil nos últimos anos tanto a legislação (Leis 10639/03 e 11645/08, por exemplo), como diversos programas (Gênero e diversidade na escola; Brasil sem homofobia, dentre outros), tem chamado a atenção para a importância de se abordar as diferenças no processo de formação continuada dos docentes e nas práticas curriculares cotidianas da escola.
A intenção desta publicação é auxiliar educadores e educadoras a refletirem sobre a necessidade de desenvolvimento de práticas pedagógicas em que o trabalho com as diferenças, sejam elas étnicas, raciais, de gênero, sexualidades, geracionais, religiosas, classe, deficiência, estejam presentes no currículo. O livro está organizado em 8 capítulos e abordam temáticas como as ações afirmativas, a sexualidade na escola, o discurso sobre o aluno “problema” e sobre as queixas escolares, a diversidade étnica, as relações raciais.