O sistema sexo-gênero é construído historicamente pela sociedade através de padrões de comportamento e papéis sociais pré-estabelecidos. Essa lógica perpassa os espaços educacionais com expressões que evidenciam algumas representações de gênero em detrimento de outras. Discursos LGBTfóbicos, misóginos e sexistas, são violências materializadas em forma de exclusão, bullying e evasão escolar que atingem diretamente os corpos que não se enquadram no modelo heteronormativo. Procurando problematizar as aprendizagens e situações que acontecem no ambiente tanto privado quanto público, o projeto de extensão "Educação para a não violência e para os direitos", vinculado à Universidade Federal da Paraíba, vem trabalhando com ações e atividades que fomentam momentos de diálogo, enfatizando a cultura do respeito às diferenças e a convivência democrática na sociedade de forma geral, bem como, na comunidade escolar e acadêmica. Enquanto referencial teórico-metodológico, nos debruçamos estudos de Louro (1997) e Meyer (2000) para abordarmos as questões de gênero e sexualidade no âmbito escolar, Butler (2003) para dialogarmos sobre performatividade de gênero. As oficinas que realizamos tomamos como referência o método do Teatro do Oprimido (BOAL, 2009) a partir do Teatro-Fórum e do Teatro Invisível. Nas intervenções artísticas abordamos: performatividade de gênero; heterossexualidade compulsória e os impactos nas relações afetivas; identidade de gênero e sexualidade; violência contra as mulheres e a população LGBTQIAPN+ e suas nuances. Vivenciar as ações e atividades do projeto, na perspectiva de tornar os processos educativos um lugar emancipatório e transformador, vem sendo engrandecedor para formação pessoal e acadêmica de todas/os integrantes, bem como, das pessoas participantes das atividades e oficinas desenvolvidas. Sobre o âmbito escolar, é necessário reconhecermos que precisamos estranhar o currículo escolar e retirar gênero e sexualidade do currículo oculto para discutir nas escolas buscando garantir os direitos das pessoas a uma educação para não violência com o foco nos direitos humanos.