Este trabalho aborda a temática da decolonidade presente na concepção de Educação do Campo desenvolvida no contexto nacional. Chama atenção a ação decolonial que a Educação do Campo no Brasil possui, na medida em que valoriza o Outro na promoção dos saberes e experiências do povo que é e vive no campo, no cotidiano de lutas e resistências que solicitam, dos governantes, políticas públicas que assegurem o direito de permanecer e estudar na zona rural. Movimento que fortalece a ação decolonial experimentada nas últimas décadas pelos países antes colonizados. Objetiva analisar as concepções teórico-metodológicas da Educação do Campo, em específico na Amazônia, como ação decolonial necessária à valorização de Outras pedagogias. Tem como metodologia estudo bibliográfico, abordagem qualitativa e análise interpretativa de estudos focados na área das práticas decoloniais e a participação educacional campesina neste movimento. Merecem destaque autores como Minogolo (2009, 2017), Bernadino-Costa, Maldonado-Torres e Grosfoguel (2019), Krenak e Nunes (2020), Hall (2006), Wash (2019), Moscovici (2005), Cordeiro, Reis e Hage (2011), Arroyo (2014), Fernandes e Molina (2004), Caldart (2012), entre outros, que articulam suas ideais em torno dos temas tratados. A partir da literatura levantada, que aborda a gênese epistêmica da Educação do Campo, foi possível reconhecer sua ação promotora da decolonidade do poder, do saber e do ser. Um passo adiante, a educação camponesa, ao valorizar práticas e saberes culturais do campo, confronta o Mito da Modernidade, age de forma potente para a decolonidade da educação nacional com um modelo de instrução que privilegia experiências e vivências de homens e mulheres que vivem e são do campo, com instrumental teórico-metodológico para o desenvolvimento de Outras pedagogias, como a prática da alternância educativa experimentadas nas áreas rurais na Amazônia brasileira.