Artigo Anais IX CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

O BAIRRO DO ROGER NA TELA DO MEU CELULAR: UM NOVO OLHAR PARA O COTIDIANO SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES

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Publicado em 11 de dezembro de 2023

Resumo

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Ana Higina fica situada no Bairro do Roger, no município de João Pessoa, Paraíba. Instalada em um contexto de vulnerabilidade social, ela enfrenta grandes desafios para garantir aos estudantes um ensino de qualidade, mesmo diante de um contexto de tantas privações. O estudante matriculado é, de maneira geral, filho da classe trabalhadora, e não disponibiliza de muitos recursos em seu viver cotidiano, tendo a escola como instituição fundamental no processo de obtenção de conhecimentos que possibilitem, futuramente, o acesso ao mercado de trabalho (DE ALBUQUERQUE et al., 2021). Chegamos à Escola em questão em 2019 e, desde o início, percebemos que as crianças e os adolescentes que ali estudavam sofriam com diversas limitações em termos de assistências básicas. Entretanto, a constatação de que estes pareciam não desenvolver estima pelas paisagens cotidianas, com as quais se deparavam em seus percursos pelo bairro, foi tão impactante quanto. Desde então, desenvolvemos propostas educacionais abordando a temática da valorização dos espaços frequentados no dia a dia e, nesse sentido, chegamos ao trabalho em questão no ano de 2022. Trata-se de uma intervenção pedagógica, cujo objetivo foi promover um novo olhar acerca do cotidiano vivenciado pelos estudantes. Fonseca (2022) assegura ser possível entender a cidade como um território de aprendizagem; no entanto, apenas se propiciarmos situações que viabilizem tal propósito. Desse modo, os estudantes foram convidados a fotografarem paisagens do bairro, sendo, ao fim das atividades, estimulados a apresentarem suas respectivas produções. Como resultado, tivemos uma exposição no espaço escolar, a qual sintetizou o movimento desenvolvido ao longo de meses. Ao fim do projeto, julgamos ter alcançado o nosso objetivo, sendo possível constatar tal êxito nos relatos finais, ratificando, inclusive, o dizer de Freire (2011, p. 45), segundo o qual “há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço”.

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