No livro “Torto Arado” (2019), o autor e geógrafo Itamar Vieira Júnior, detalha a vida de trabalhadoras/es rurais do século XX que viviam "de morada" na fazenda fictícia "Água Negra", na região da Chapada Diamantina, Bahia, no Nordeste brasileiro. Aborda a forma como pessoas negras, descendentes de escravizados africanos continuaram à margem da sociedade mesmo após a Lei Áurea; as relações de disputa por terra, que expressa a soberania dos grandes latifundiários, e o valor desta, para as/os trabalhadoras/es rurais, a partir da dinâmica histórica, social e educacional, sempre invisibilizadas. Tal trabalho busca, a partir da literatura enquanto linguagem artística desenvolver o pensamento crítico-social, dissociar o ensino tradicionalista da Geografia, para tornar possível através da utilização de metodologias ativas, a aproximação da/o estudante do Novo Ensino Médio – NEM –, trabalhando a partir da abordagem do livro, para entender sua realidade e desenvolver o pensamento crítico-social. A pesquisa tem como objetivo apresentar e discutir o Ensino da Geografia na Educação Básica, na construção do Currículo Crítico, trazendo à visão de graduandas em Licenciatura em Geografia para o debate acerca do uso das metodologias ativas e da literatura não acadêmica para o melhor aproveitamento dos conteúdos, e rendimento escolar, e, das/os estudantes. Abordando temas direcionados à discussão sobre Renda da Terra, Reforma Agrária, Educação do Campo, Religiosidade e Ancestralidade. É possível entender que o tema trata da realidade da construção do povo brasileiro, enquanto país miscigenado e que, ao longo dos séculos a consolidação de uma sociedade racista, desigual, e classista, permitiu que a Educação, fosse contribuinte para o fortalecimento do racismo estrutural. A metodologia consiste em bibliografia básica, de artigos e livros, para compreender as diversas perspectivas de autores renomados na área em discussão, como a experiência e o debate em sala de aula na disciplina de Geografia Agrária.