MENDES, Luiz Augusto. Racismo daltônico a lá brasileira. Anais do XV ENANPEGE... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/94613>. Acesso em: 23/12/2024 07:38
O presente artigo apresenta uma discussão acerca da estruturação do racismo em nossa sociedade e sua adaptação permanente, que o perpetua como dimensão social e como um dispositivo violento da existência humana. O objetivo da pesquisa consiste em construir argumentações teóricas que possam comprovar a adaptação do racismo como dispositivo de violência ainda presente no século XXI no Brasil, e surge como uma espécie de “racismo daltônico”. E de forma específica, objetiva-se demonstrar como o pensamento e a formação social da mente do brasileiro aprofunda e ao mesmo tempo mascara o racismo no país, por meio da branquitude, que combate a negritude. Portanto, a presente construção traz algumas discussões do ponto de vista da compreensão do racismo em uma base da psicanálise a partir da leitura de Franz Fanon, ao construir a ideia de "linha de orientação neurótica" e de "eretismo efetivo", reposicionando o negro e a negritude em nossa sociedade. Os dois conceitos apresentados pelo referido autor, mostram como se constrói a branquitude no imaginário e na mente da criança, bem como a negritude. Por fim, discutimos a “posição do pardo” na construção do imaginário racial de um país de maioria negra, como uma posição racista que se perpetua e dar continuidade à branquitude, ao renegar sua condição de negro, devido ao tom de pele e assim, conforme nossa concepção, reforça o racismo daltônico.