Neste trabalho, buscamos compreender como ocorreu a seleção de conteúdos, as relações de poder, disputas e tensões que aconteceram na organização dos grupos de trabalho que deram início à concepção da exposição intitulada “Biodiversidade: conhecer para preservar”, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Para tal, dialogamos com o referencial teórico advindo do trabalho de Basil Bernstein. A produção de dados deste trabalho utilizou-se de fontes documentais, entrevistas e imersão no espaço museal estudado. Foi possível identificar que a narrativa expositiva é fruto de uma intensa negociação onde determinados atores exercem maior poder do que outros e que determinados discursos institucionais, científicos ou discursos de uma área específica do campo museal estão presentes na referida narrativa. Observamos contextos em que a seleção e a organização de conteúdos e objetos musealizados expressam disputas de poder e objetivos de aprendizagem, de comunicação e de formação.