CHAVES, Eloiza De Oliveira et al.. Uma proposta de ensino dos artigos para surdos. Anais I CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/9295>. Acesso em: 23/12/2024 16:29
ResumoSabe-se que o estudo das línguas ainda é um campo bastante complexo, pois os seres humanos tem a língua como elemento fundamental para a materialização do pensamento seja ele expresso pelo código ou visual. Nesse sentido, sabendo que os surdos são seres bilíngues, ou seja, dominam duas línguas: a libras e a portuguesa. Por isso, é preciso que se tenha um certo respeito com esses indivíduos no que diz respeito a educação, sendo assim é importante que haja entendimento perante as línguas de sinais que são próprias dessa comunidade, tendo a mesma como principal característica ser espaço-visual, isto é, sua realização é estabelecida pelo uso do espaço, e principalmente a visão. Nessa perspectiva, mesmo se utilizando do canal espaço-visual, as línguas de sinais não são inferiores ao modo de processamento das orais, pois elas apresentam um sistema gramatical, sintático, semântico, etc. tão complexos quanto o das línguas orais. Daí no que diz respeito aos aspectos fonológicos da libras, existe algumas distinções com a língua portuguesa, como a sonoridade e também ao ponto de articulação. Quanto aos aspectos morfológicos, Klima e Bellugi (1979) afirmam que na língua portuguesa, a libras conta com recursos que permitem a criação de novos sinais. Diferenciando-se das línguas orais, que se utilizam do acréscimo de prefixos ou sufixos para a criação de novas palavras; no caso da libras vai haver um enriquecimento de movimentos e contornos no espaço de sinalização. Partindo para o campo sintático, são de grande valia para entender o sentido, o estabelecimento nominal e o uso do sistema pronominal, criando a parti desses critérios efeitos sintáticos. Um ponto importante que se deve destacar, estando o mesmo no campo sintático, e diferenciador entre as línguas orais e a libras, é a inexistência dos artigos em libras. Sabendo que o mesmo na língua portuguesa é responsável de especificar ou indeferir o substantivo, o uso do artigo na libras, será apresentado apenas levando em consideração o contexto. Logo desenvolvemos como estratégia de ensino, o estudo a cerca dos artigos, tendo em vista que há uma grande dificuldade para os surdos entenderem esse mecanismo, já que na libras os mesmos não existem. Com isso foi, feito o plano de aula inclusivo, levando em consideração as dificuldades dos surdos. Esse plano de aula foi esquematizado a partir de definições claras e objetivas a cerca do conteúdo, utilizando-se de aula expositiva dialogada com a presença do interprete. Assim os alunos se mostraram interessados pela temática, entendendo o assunto de forma satisfatória. Para tanto sabemos que muito ainda precisa ser feito, sobre a aprendizagem da língua portuguesa para os surdos. Porém algumas melhoras, no que diz respeito ao ensino da língua para os surdos, já foram alcançadas, embora o trabalho esteja num continuo, pois o aprendizado seja ele qual for, é o caminho que se faz caminhando.