A melhoria de desempenho pós-ativação (MDPA) é um fenômeno em que são observados aumentos agudos no desempenho em atividades que exigem altos níveis de força e velocidade após exercícios de pré-ativação (PA) de alta intensidade seguidos por um breve intervalo de recuperação. A MDPA pode ser influenciada por diversos fatores, como o estado de treinamento (i.e., atletas com experiência em treinamento de força parecem se beneficiar mais da MDPA) e o intervalo de descanso entre a PA e a atividade que se visa potencializar. Em especial, o intervalo ótimo entre a atividade de PA e a atividade avaliada apresenta grande variabilidade entre indivíduos, com evidências indicando que, em pessoas treinadas, o uso de um intervalo auto selecionado (IAS) parece ser mais eficaz do que o intervalo fixo (IF). No entanto, esta comparação foi feita apenas considerando um IF de quatro minutos. O objetivo deste estudo foi investigar se, mesmo considerando diversos IF, o IAS é mais eficaz na determinação do intervalo ótimo entre a PA e a avaliação do desempenho de saltos. Dez atletas profissionais de voleibol do sexo masculino (20,6 ± 1,5 anos; 92,8 ± 4,9 kg; 195 ± 8 cm) com experiência em treinamento de força (8,2 ± 1,8 anos) participaram de três sessões experimentais em ordem aleatória. Previamente às sessões experimentais, foram realizadas duas sessões de familiarização aos exercícios de saltos com contra movimento (SCM) e determinação da carga de cinco repetições máximas (5-RM: 146 ± 27 kg) para o exercício de agachamento. Foram realizadas três sessões experimentais: 1) sessão com IF, que consistiu na mensuração da altura de SCM 4 minutos antes, e 2, 4, 6, 8 e 10 minutos após a realização de uma PA consistindo em cinco agachamentos com a carga de 5-RM; 2) sessão controle (CON), que consistiu nas mesmas mensurações, porém sem a realização da PA; e 3) sessão com IAS, que consistiu na avaliação da altura de SCM 4 minutos antes da PA, além da repetição dessa mensuração após um IAS pelos atletas a partir do preenchimento de uma escala de prontidão. Foram registrados a duração do IAS e o intervalo de maior resposta à MDPA obtido na sessão IF. Os valores da altura de SCM obtidos nos momentos pré, 2, 4, 6, 8 e 10 minutos pós-PA na sessão IF, assim como o valor da maior altura de SCM individual de cada participante na sessão IF e o valor da altura de SCM pós-PA na sessão IAS foram comparados por ANOVA one-way para medidas repetidas seguida por post hoc de Bonferroni. Não foi identificado efeito significante do tempo nas alturas de SCM registradas na sessão CON (p = 0,48; F = 0,91), o que sugere que o protocolo de avaliação de altura de SCM não resulta em fadiga nem em MDPA. Foi identificado efeito significante de tempo na ANOVA comparando as alturas de SCM nas sessões experimentais (p < 0,01, F = 601). A altura de SCM foi maior (p < 0,05) do que a observada pré-PA nos minutos 4, 6 e 8 pós-PA da sessão IF, no melhor desempenho de SCM durante a sessão com IF, e após a PA na sessão IAS. A duração média do IAS foi de 213 ± 63 segundos, e o intervalo médio do melhor salto na sessão IF foi de 315 ± 89 segundos. Não foram encontradas diferenças significantes entre a altura do melhor SCM na sessão com IF (49,2 ± 6,8 cm) e a altura de SCM pós-PA na sessão com IAS (49,6 ± 6,6 cm). Conclui-se que as adoções de IF e IAS são estratégias igualmente eficazes para a determinação da responsividade à MDPA em atletas. Esses achados sugerem que o IAS é mais intuitivo em relação ao IF, além de apresentar mais fácil aplicabilidade em contextos em que a MDPA pode ser aplicada.