O presente trabalho tem como objetivo expor o conceito de educação implícito na filosofia de Karl Marx demonstrando os motivos pelos quais este importante autor enxerga o processo educativo como um conflito sócio-cultural e ao mesmo tempo, como uma dinâmica política capaz de compreender e transformar a sociedade capitalista. Abrangendo diversas áreas do conhecimento humano o pensamento marxiano parte de uma perspectiva histórica para analisar e criticar toda tradição filosófica do ocidente. Segundo Marx, o pensamento ocidental se constituiu de forma alienada a realidade e as formas de existência humana, não percebendo que a existência material gira em torno da produção e do consumo e por isso o processo de formação das sociedades se deu em meio à luta de classes (disputa entre opressores e oprimidos) diante disso toda forma de produção intelectual esta subordinada à ideologia dominante diferentemente do que acreditara a tradição filosófica vigente que defendia a autonomia do pensamento. Na sociedade capitalista esse quadro de manipulação do conhecimento em favor da classe dominante se torna ainda mais grave do que nas formas de organização social anteriores, pois a educação enquanto fenômeno de massa passa a ser usada como meio de reprodução dos valores burgueses promovendo a total alienação da classe trabalhadora, que somente através de um processo de conscientização poderá compreender sua realidade social. Diante disso podemos afirmar que na filosofia da práxis proposta por Karl Marx a educação pode ser compreendida como uma ferramenta da superestrutura que dependendo do seu conteúdo pode contribuir decisivamente para a superação da luta de classes e para compreendermos as e aceitarmos as diferenças culturais na sociedade capitalista.