Objetivou-se, com o presente estudo, analisar a interação educadora-criança em creches públicas, considerando os estilos linguísticos das educadoras e o desenvolvimento das habilidades sociocomunicativas infantis. Os estilos linguísticos são relevantes nas interações adulto-criança, especialmente na faixa etária dos 24 meses, uma vez que esta é vista como um período crítico para o desenvolvimento linguístico infantil. Participaram 6 educadoras e 12 crianças, com idade entre 23 e 25 meses, que frequentavam creches públicas de João Pessoa, Paraíba. As interações foram sistematicamente observadas em contextos diádicos e poliádicos de leitura. Para a análise dos resultados, foram elaboradas categorias interacionais à posteriori, a partir dos dados elencados e do referencial teórico utilizado. As educadoras se comunicaram mais e utilizaram mais estilos associados à promoção do desenvolvimento linguístico nos contextos diádicos, enquanto os estilos de caráter mais restritivo, relacionados à direção e ao controle dos comportamentos infantis, predominaram nos contextos poliádicos. Ressalta-se que o nível de desenvolvimento linguístico das crianças esteve aquém do esperado para a faixa etária, visto que apresentaram uma quantidade incipiente de pequenas frases e vocábulos. Além da relação entre os estilos comunicativos dos adultos e o nível de desenvolvimento linguístico infantil, outros fatores de influência precisam ser considerados, como o nível socioeconômico e educacional dos pais das crianças e das próprias educadoras, assim como as suas concepções sobre cuidado e desenvolvimento infantil. Destaca-se, portanto, a importância da qualidade das creches públicas enquanto instrumento de promoção do desenvolvimento e da inclusão das crianças provenientes de famílias de nível socioeconômico baixo.