A presença do racismo estrutural na sociedade brasileira afirma a necessidade de se discutir a ocupação de negros nos espaços institucionais do Estado brasileiro. As universidades públicas são exemplos de locais onde há, historicamente, dificuldades na inserção de pretos e pardos em seu lócus. Pensando em representatividade e acesso no espaço acadêmico, a presente pesquisa tem como objetivo analisar o perfil racial da alta administração das universidades públicas brasileiras em 2021/2022. Para atingir essa proposta, foi realizada uma pesquisa quantitativa descritiva, na qual foram solicitadas informações via plataforma integrada de ouvidoria e acesso à informação do Brasil, site falabr.cgu.gov.br, que contou com a resposta completa de 30 universidades federais. Embora a maioria das respostas seja de universidades do norte e nordeste, região que se concentra maior porcentagem da população negra do país, os resultados mostram que a alta administração das universidades federais é ocupada majoritariamente por indivíduos autodeclarados brancos. Desse modo, destaca-se que o espaço acadêmico das universidades federais brasileiras, especialmente a alta gestão, perpetua a presença do racismo, ainda que de forma indireta, ao não mitigar essa desigualdade nos espaços decisórios mais altos na hierarquia.