O acelerado envelhecimento populacional, decorrente do aumento da expectativa de vida e o dos avanços tecnológicos alcançados na área da saúde, tem sido acompanhado por alterações no perfil de adoecimento dos idosos, como a maior exposição a doenças crônico-degenerativas e o aumento de fatores de risco e agravantes para a saúde, como a violência, um fenômeno social crescente, um problema de saúde pública, responsável por graves consequências para a saúde desta população, tanto físicas quanto psicológicas. É considerado um problema de origem complexa e multicausal, acompanhado por determinantes socioeconômicos. O presente trabalho tem como objetivo descrever o perfil dos idosos vítimas de violência no estado da Paraíba, Brasil. Trata-se de estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários referentes as notificações de violência contra idosos no período de 2009 a 2018, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - versão Net (SINAN-Net) do Ministério da Saúde. A amostra foi constituída de 1.663 registros de violência interpessoal contra pessoas com 60 anos ou mais, residentes no Estado da Paraíba A análise contemplou sexo, raça, escolaridade e tipo de agressão. Os idosos vitimas de violência, em sua maioria (53%) eram do sexo feminino, pardos (76%), e possuíam baixa escolaridade (24,9%). Houve repetição na ocorrência da violência em 14,9% dos casos, especificamente entre as idosas (81,1%). Os principais meios de agressões que os idosos sofreram foram: enforcamento, ameaças e lesão perfuro-cortante. Tais resultados evidenciam as características sociodemográficas dos idosos vitimas de violência e a magnitude dos maus-tratos contra os idosos no Estado da Paraíba, revelados pela crueldade e gravidade desse problema, que apresenta uma tendência crescente principalmente devido o envelhecimento populacional, e requer a implementação urgente de ações que visem a prevenção e proteção do idoso, promovendo uma cultura de paz.