As origens da literatura infantil repercutem de forma decisiva nas obras atuais. Porém mesmo apresentando um retorno às origens dos contos infantis, as narrativas de Marina Colasanti apresentam uma estrutura peculiar: reúnem o viés estético, literário e mágico ao mesmo tempo em que permitem um formação humanística e crítica em relação aos embates ideológicos que se apresentam na sociedade atual. A fim de investigar a tessitura narrativa que confirmam essas características, analisaremos as configurações literárias em dois contos da autora: "Sem asas porém" e "Um cantar de mar e vento", à luz dos estudos críticos que embasam a teoria sobre a construção da narrativa infantojuvenil e a crítica feminista. Sobretudo, a maneira como Colasanti contribui para uma atualização dos contos de fadas ao mesmo tempo em que dialoga com questões pós-modernas.