A prÁtica mental (PM), enquanto estratÉgia de reabilitaÇÃo, requer imaginar o movimento antes de executÁ-lo. A eficiÊncia da PM depende da extensÃo com que os indivÍduos sÃo capazes de gerar a imagem mental visual (clareza) e a imagem visual cinestÉsica (intensidade). A doenÇa de Parkinson (DP) tem inÍcio pela manifestaÇÃo unilateral dos sintomas motores e progride para manifestaÇÃo bilateral (lado mais afetado e menos afetado). Para o sucesso da PM na DP É necessÁrio conhecer a clareza e a intensidade da imagem mental dos movimentos. Assim, o objetivo do estudo foi realizar uma anÁlise descritiva da clareza e da intensidade da imagem mental (visual e cinestÉsica) dos segmentos corporais considerando o lado comprometido (mais ou menos afetado) de pacientes com DP. Participaram do estudo 11 pacientes (70,18±7,71anos) no estÁgio moderado da doenÇa. A imagem mental foi avaliada pelo Kinesthetic and Visual Imagery Questionnaire (KVIQ-10). Os pacientes executaram o movimento demonstrado pelo avaliador e depois imaginaram o movimento, visualizando-o (escala visual) ou sentindo-o (escala cinestÉsica). Foram avaliados os movimentos de flexÃo do ombro e de oposiÇÃo dos dedos para o membro superior (MS), abduÇÃo do quadril e batidas do pÉ para o membro inferior (MI) e flexÃo para o tronco. Cada movimento foi pontuado pelo paciente em uma escala de 5 a 1. Escores 5 e 4 correspondem a imagens com clareza e intensidade semelhantes À realidade, escore 3 imagem com clareza e intensidade razoÁvel, os escores 2 e 1 imagem de baixa clareza e intensidade ou ausÊncia da imagem e intensidade. Na anÁlise descritiva foi considerada a capacidade do paciente atingir a mediana da escala e acima (escores 5 a 3: imagem esperada), ou abaixo da mediana (escores 2 e 1: imagem inferior) para cada movimento. Pacientes apresentaram maior dificuldade de gerar a imagem mental para o MS (escores 2 e 1), principalmente para imagem mental visual: 45,45% dos pacientes apresentaram baixa clareza para flexÃo do ombro, independente do lado afetado; 36,36% apresentaram baixa clareza para oposiÇÃo dos dedos para o lado mais afetado e 27,27% para o menos afetado. Quanto À imagem cinestÉsica, 36,36% apresentaram baixa intensidade para oposiÇÃo dos dedos do lado afetado. Para o MI, os pacientes apresentaram maiores dificuldades de gerar imagem mental visual: 27,27% apresentaram baixa clareza para batidas do pÉ, independente do lado afetado; 27,27% apresentaram baixa clareza para abduÇÃo do quadril para o lado mais afetado e 36,36% para o menos afetado. Pode-se concluir que pacientes com DP apresentam predominantemente dificuldades de clareza da imagem mental, principalmente para o segmento do MS, implicando em uma PM ineficiente. Ensinar previamente a tÉcnica pode otimizar a reabilitaÇÃo. EstratÉgias visuais tÊm sido associadas À PM, como dicas visuais e realidade virtual para facilitar a aprendizagem do paciente. Apoio: CNPq (142057/2017-7; 309045/2017-7) e CAPES (CÓdigo 001).