NO JARDIM DO QUINTAL RESGATE DO CONHECIMENTO POPULAR QUANTO AO USO E CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE.
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Roberta Maria Arrais Benício / robertamaria.ab@hotmail.com Evely Tayne da Silva Santos / URCA Maria das Graças Santos da Silva / URCA Marcia Pereira da Silva Franca / UERN Rafael Carvalho de Lacerda / URCA Reijeane Pereira Romão / URCA Eixo Temático 01 - Processo de Ensino e Aprendizagem RESUMO O uso de plantas com finalidades terapêuticas é uma prática desde as civilizações primitivas. No Brasil com práticas indígenas junto aos conhecimentos orientais, temos hoje uma rica medicina popular. A caatinga, bioma brasileiro, possui rica diversidade de plantas, muitas, utilizadas pela população para fins medicinais (ROQUE et al, 2010). A inter-relação direta entre pessoas e plantas é o princípio de estudo da etnobotânica (ALBUQUERQUE, 2005), esta, visa a interação da sociedade humana e a apropriação de recursos vegetais disponíveis. Aliar discussões científicas ao tradicional envolvendo fatores culturais como o resgate do saber popular no uso de plantas para a promoção da saúde e o cultivo das mesmas e de hortas em quintais, permite o fortalecimento do conhecimento local a respeito da biodiversidade e recursos naturais. Resgatar o conhecimento popular de alunos, funcionários e moradores do entorno da escola Amália Xavier, quanto ao uso e frequência de plantas medicinais para a promoção da saúde, valorizando a biodiversidade local e a interação do homem com o ambiente, desenvolvendo junto a comunidade escolar o cultivo orgânico de plantas medicinais e hortaliças em quintais. Para o desenvolver do presente projeto foi necessário realizar um levantamento quanto ao uso e cultivo de plantas com possíveis propriedades medicinais; desenvolver oficinas instrutivas quanto ao uso e cultivo orgânico em quitais de plantas medicinais e hortaliças e construir um viveiro de mudas para abastecimento dos quintais. Uma vez que o cultivo das plantas medicinais e hortaliças orgânicas também fazem parte dos objetivos do projeto. Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, desenvolvido na E.E.F.M. Amália Xavier, sob a orientação da professora de Biologia, pelos alunos do 2º e 3º ano participantes do grupo de estudo e pesquisas sobre o meio ambiente, que envolvidos com as causas sociais, e atentos aos costumes e cultura envolvendo a medicina popular transmitidos e muitas vezes esquecidos pelas gerações sucessoras, propuseram conhecer, estabelecer e resgatar de acordo com o costume popular a interação do homem com os recursos naturais, nesse caso com as plantas medicinais e sua utilidade. Essa ideia surgiu a partir formação da comissão do meio ambiente e da construção da agenda 21, ou foram estabelecidas metas a serem desenvolvidas no ambiente escolar em conjunto com toda a comunidade. A pesquisa foi desenvolvida com 50 participantes, todos da comunidade escolar, desde alunos, funcionários e moradores do entorno da escola, Os meios de coletas de dados iniciais foram através de entrevista estruturada com questionário de perguntas fechadas, os resumos dos dados foram organizados em gráficos usando método estatístico com porcentagem. Durante o desenvolver do projeto foi ofertado a comunidade escolar, oficinas promovendo a troca de conhecimentos quanto a utilização de partes de plantas em chás e pomadas. Um dos fatores importantes está no resgate do conhecimento popular utilitário acumulado há várias gerações, atividades comuns e relatadas por moradores da cidade de Juazeiro do Norte, quanto ao uso de chás a partir da medicina caseira empregada pelo povo e o cultivo de plantas medicinais, atividades estas não tão presentes nos dias atuais. O foco está além da promoção da saúde, visa também proporcionar um maior conhecimento sobre as plantas medicinais encontradas na caatinga em prol da conservação da biodiversidade local e da interação homem/ambiente. A percepção e apropriação dos recursos vegetais da comunidade escolar de forma harmônica com a interação do homem com ambiente apresenta-se como opção viável para a recuperação e manutenção da saúde, qualidade de vida e até mesmo melhoria do espaço urbano, como o reconhecimento e valorização da biodiversidade local, regatando práticas e costumes da cultura local. O presente projeto permitiu verificar a utilização de plantas para fins terapêuticos, empregadas para o tratamento empírico de diversas doenças, além disso a percepção ambiental como forma de entender as relações do homem com o meio em que está inserido. A partir desse projeto foi possível resgatar os costumes de práticas caseiras da medicina popular, reconhecendo plantas medicinais mais utilizadas, a sua importância como espécie nativa da região, como os conhecimentos foram adquiridos pela população e fomentar o cultivo orgânico de hortaliças em quintais como incentivo de melhoria da qualidade de vida. PALAVRAS CHAVES: Plantas medicinais, Conhecimento popular, Horta, Saúde BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino; ALVES, Romeu da Nóbrega. Introdução a Etnobiologia. Recife, Pe. NUPEEA, 2018. ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino. Introdução a Etnobotânica. Rio de Janeiro: Interciência, 2005. ANDRADE, Fernanda Maria Coutinho de; Et al. Identificação de plantas medicinais e preparo de remédios caseiros. Brasília: SENAR, 2008. BRASIL 2006. Decreto nº 5.813 de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, jun. 2006 ROQUE, A.A.; ROCHA, R.M.; LOIOLA, M.I.B. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (Nordeste do Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.12, n.1, p.31-42, 2010. 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