DIALOGANDO SOBRE O ENSINO HÍBRIDO: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES DE BIOLOGIA Robério Rodrigues Feitosa / roberio.feitosa@aluno.uece.br / Universidade Estadual do Ceará - UECE Carlos Henrique Soares da Silva / Universidade Estadual do Ceará - UECE Rayanne Alves da Silva / Universidade Estadual do Ceará - UECE Alana Cecília de Menezes Sobreira/ Universidade Estadual do Ceará - UECE Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo O uso das tecnologias e dos recursos digitais possibilitam uma colaboração com os processos de ensino e aprendizagem. Mas para que isso aconteça é necessário que haja uma articulação nas estratégias de ensino e mudanças nas metodologias educacionais, pois apenas o uso da tecnologia não é suficiente. A proposta do ensino híbrido, que é apresentado nesse trabalho e diversificado em vários modelos, combina o uso da tecnologia digital com as interações presenciais, promovendo a personalização do ensino e da aprendizagem, sendo assim um modelo que visa facilitar a combinação, de forma sustentada, do ensino online com o ensino presencial (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). Diante disso, essa pesquisa tem como objetivo verificar a percepção de professores de Biologia do Ensino Médio sobre a viabilidade de inserção do ensino híbrido em suas aulas, bem como apontar e perceber as vantagens e/ou contratempos desse modelo de ensino para autonomia e protagonismo dos alunos na construção de sua própria aprendizagem. Trata-se de um recorte da monografia intitulada "O ENSINO HÍBRIDO COMO PROPOSTA INOVADORA PARA O ENSINO DE BIOLOGIA: O QUE PENSAM OS PROFESSORES?, de autoria de Robério Rodrigues Feitosa, mas que foi completado com a ajuda, estudos, investigações e opiniões dos demais coautores, onde, para refletir e verificar as possibilidades de inserção e do uso dessa proposta de ensino nas aulas de Biologia do Ensino Médio, foi realizada uma pesquisa-ação com os seis (6) professores da referida disciplina de uma escola estadual localizada na cidade de Acopiara/CE. Para obtenção dos resultados, foi feita, inicialmente, uma abordagem sobre o ensino híbrido através de uma palestra com uso de Power Point e vídeos para explicar e exemplificar esse modelo de ensino. Essa palestra foi conduzida pelo pesquisador desse trabalho e acompanhada pela professora orientadora, onde se buscou um feedback com os professores/sujeitos da pesquisa para melhor obtenção dos resultados por meio de dez (10) perguntas que foram feitas no momento de apresentação da proposta do modelo. A pesquisa tem enfoque qualitativo e uma abordagem exploratória, onde também para a coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado contendo questões objetivas e discursivas. Foram analisados apenas os dados da palestra, onde, para esse trabalho, foram consideradas apenas três (3) perguntas. Os resultados revelam que os professores se apresentam com uma postura mais crítica e mais qualificada quanto ao uso das tecnologias educacionais. Os docentes enfatizaram que incluem em sua prática pedagógica o uso de recursos tecnológicos e/ou digitais de forma recorrente, corroborando com Castro et al. (2015), que afirmam que os recursos tecnológicos devem ser utilizados de forma a complementar as diferentes metodologias educacionais. Considerando a forma como costumam implementar esses aparatos em suas aulas, a maioria ressaltou que busca levar para sala de aula vídeos, slides atrativos e animações diversificadas de modo que a aprendizagem dos conteúdos ministrados em sala de aula com auxílio do livro didático não fique restrita a redoma tradicional de ensino. Ainda quando questionados se consideravam que a tecnologia/internet deve ser aliada do professor em sala de aula, todos os sujeitos responderam que sim, ressaltando que sua inserção nas aulas de Biologia faz com que os conteúdos fiquem mais fáceis de serem assimilados pelos educandos, além de tornar a aula mais atrativa e dinâmica. Ainda para elaboração desse trabalho, foi considerada a pergunta sobre como os professores entendiam o ensino híbrido, onde pode-se destacar que os mesmos responderam, de forma geral, que consistia numa prática educacional ou modelo de ensino que contemplava o uso da tecnologia em sala de aula de modo a favorecer o ensino e a aprendizagem. O pensamento dos docentes vai ao encontro do que pensam Hoffmann (2016) e Horn e Staker (2015) ao destacarem o ensino híbrido como a combinação do ensino virtual com o ensino presencial, porém sem dispensar os momentos interativos em sala de aula, nem tampouco a figura do professor. É possível concluir que a pesquisa proporcionou reflexões e posicionamentos quanto à inovação das metodologias de ensino nas escolas. Os professores demonstraram entender a proposta e relataram que a mesma pode ser facilmente inserida no contexto escolar. Isso mostra que os docentes devem, cada vez mais, incluir novos tipos de abordagem e promover momentos de pesquisa, discussão e interação nas aulas de Biologia para auxiliar na aprendizagem dos alunos e resultar em aulas mais participativas. Palavras-chave: ensino híbrido, tecnologias educacionais, personalização da educação, inovação do ensino Referências BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. 270p. CASTRO, E. A. et al. Ensino Híbrido: desafio da contemporaneidade? Projeção e Docência, v. 6, n. 2, p. 47-58, 2015. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2018. HOFFMANN, E. H. Ensino Híbrido no Ensino Fundamental: possibilidades e desafios. 2016. 200 v. TCC (Especialização) - Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital, Departamento de Metodologia de Ensino, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2018. HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. [tradução: Maria Cristina Gularte Monteiro; revisão técnica: Adolfo Tanzi Neto, Lilian Bacich]. Porto Alegre: Penso, 2015.