Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

AMAZÔNIA DO SÉCULO XVI: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO NO PIBID HISTÓRIA UFAC

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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

Este trabalho faz parte das atividades desenvolvidas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), no curso de História da Universidade Federal do Acre (Ufac), durante o ano de 2017, realizadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Marina Vicente Gomes, localizada na periferia de Rio Branco - rua 26 de Junho, S N, Boa União -, com um grupo de alunos do 9º ano "C", sob a supervisão do professor Cleiverson de Queiroz Melo e coordenação do professor Me. Armstrong da Silva. Financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento Profissional de nível Superior (Capes), o Pibid História propõem, através da execução de projetos nas escolas públicas de Rio Branco/Acre, contribuir com a formação inicial de professores e valorização da docência inovando metodológica e tecnologicamente nas futuras práticas docentes e contribuir com a educação. Orientando-se por 4 linhas de ação, a linha 3 "Populações amazônicas/acreanas "tradicionais": índios, seringueiros e ribeirinhos" fora a norteadora deste trabalho. Através dela pôde-se executar o projeto "Amazônia do século XVI: desencontros culturais e as representações da ocupação europeia". A ocupação do território amazônico no século XVI é um marcante período histórico, esse processo criou uma visão estereotipada da região que passou a ser vista como exótica, vazia, singular e com uma grande necessidade de ser inserida em um plano de integração nacional e internacional. De certo, sabe-se que a Amazônia ainda atrai muitos olhares na atualidade. Os registros desse período incluem, majoritariamente, os relatos de cronistas europeus que embarcavam em expedições pelos rios amazônicos e historiavam suas principais impressões tendo como referência o "Velho Mundo". Todavia, esse processo nem sempre se deu de maneira amistosa, ocasionando (des)encontros culturais violentos que resultaram no fim de milhares de vidas. O intuito dessa comunicação é relatar as experiências proporcionadas pelo projeto, as possibilidades de trabalhar a temática e o relacionamento dos alunos com o tema. O objetivo do projeto foi identificar as representações da ocupação europeia na Amazônia no século XVI e os (des)encontros culturais das populações indígenas. Para isso, baseou-se nas contribuições de Circe Maria Fernandes Bittencourt no livro Ensino de História: fundamentos e métodos (2004), ademais as ações planejadas foram em acordo com as Orientações Curriculares do Estado do Acre (2010). Os estudos fundamentaram-se em Auxiliomar Silva Ugarte, na obra Sertões de bárbaros (2009) que contribuiu ao trazer à tona a perspectiva europeia narrada nos relatos escritos dos principais cronistas e viajantes que traziam informações sobre o clima, a fauna e flora amazônica, além de retratarem as impressões e o imaginário europeu acerca da Amazônia; e Neide Gondin, no livro A invenção da Amazônia (1994) que também revela o imaginário europeu acerca da região amazônica, dentre outros que foram utilizados em atividades como pesquisas, leituras compartilhadas, debates, confecção de um mapa étnico da Amazônia Internacional e um jogo de tabuleiro (Tabazônia), dinâmica, produções textuais do gênero dissertativo argumentativo e a realização de uma oficina de teatro desenvolvidas entre os meses de Maio e Novembro. Todas as ações ocorreram a partir de um Plano de Ação que fora planejado antes do contato com os alunos. As leituras, debates e pesquisas foram fundamentais para o embasamento da construção do mapa e do jogo de tabuleiro que abordaram os principais conceitos trabalhados durante o desenvolvimento do projeto. Tendo em vista que estudos acerca da historiografia amazônica carecem de atenção no currículo de História do Ensino Fundamental, torna-se essencial abordagens que contemplem esse passado e valorize a produção científica local. Pode-se considerar a experiência como bastante exitosa tendo como parâmetro não apenas as produções dos alunos, mas os níveis de apreensão percebidos nas falas, atitudes e produções textuais que puderam revelar a perspectiva crítica e o domínio sobre a temática após o alcance gradual de cada objetivo.

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