Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

ENSINO DE CIÊNCIAS EM CRUZEIRO DO SUL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA RURAL DO MUNICÍPIO

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Contundo, mesmo nos dias atuais, os agentes do ensino de ciências, ainda padecem com diversos desafios e limitações que surgem na atuação diária, barreiras essas que prejudicam significativamente os processos de ensino e aprendizagem em ciências. Tal cenário se mostra mais intenso nas escolas situadas nas zonas rurais dos municípios que constituem os estados brasileiros. O conhecimento científico, por sua vez, busca interpretar e compreender a realidade que nos cerca. E ao ensino de ciências cabe o papel de fornecer aos alunos as fontes necessárias para que possam conhecê-la, de maneira a atuar sobre ela participativamente. Entretanto não é o que está acontecendo em nossas escolas, nas quais, nota-se que profissionais dessa área não estão disponibilizando ou criando mecanismos para que o aluno "conheça" o outro lado da ciência, ou ainda, construa seus conhecimentos. Em muitos casos, restringem-se a livros, tornando-os o único material didático para trabalhar as disciplina (Lima & Madeira, 2014). Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo analisar a formação e as metodologias utilizadas pelos professores de ciências de uma escola localizada na zona rural do município de Cruzeiro do Sul/AC. A relevância desta pesquisa se centra no fato de possibilitar uma reflexão de como ocorrem os processos de ensino e aprendizagem em ciências nas escolas rurais cruzeirenses, bem como conhecermos o perfil dos agentes promotores de ensino. Metodologicamente, o presente estudo se caracteriza como uma pesquisa de abordagem qualitativa, visto que se propôs conhecer por meio das falas dos sujeitos a realidade cotidiana do ensino de ciência na zona rural. Para, além disso, concordamos com Minayo (1996) quando afirma que, esse tipo de abordagem trabalha com o universo de significados, motivos crenças e aspirações, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à paralizações de variáveis. Os dados para esta pesquisa foram coletados junto a 03 professores de ciências que atuam em uma determinada escola, pertencente à Secretaria Municipal de Educação de Cruzeiro do Sul/AC. Optamos pela aplicação de um questionário composto por questões abertas, possibilitando aos sujeitos responderem com maior liberdade, descrição e detalhes nas respostas. O procedimento foi realizado com autorização do gestor da escola, e manteve-se o anonimato dos entrevistados ao longo do estudo. A entrevista estruturada com o auxílio do questionário abrangeu dois eixos temáticos: a) a formação profissional do professor; e b) a metodologia de ensino e presença de laboratórios. Buscou-se caracterizar o perfil do docente através de questões sobre: formação acadêmica, tempo de exercício da profissão, atividades profissionais complementares, acesso à internet e bibliotecas, entre outros. Para não comprometer a identidade de nenhum dos entrevistados, utilizaremos como identificação as letras A, B e C. Os dados obtidos revelam que alguns dos professores que atuam nas áreas de ciências e biologia não possuem graduação na área. Além da grande maioria ter pouca experiência em salas de aula. A Formação dos Professores em Ciências Biológicas ainda é um tanto precária. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), no Brasil existem 600 mil professores em exercício na rede pública que não têm graduação ou trabalham em áreas diferentes das suas licenciaturas. Esse número representa quase 32% dos 1,9 milhão de docentes no país. Com a falta de instrumentos mais sofisticados para a realização do trabalho, na maioria das vezes os professores tornam-se dependentes do livro didático. O uso do livro didático ainda prevalece como principal instrumento de trabalho do professor, embasando significamente a prática docente. Sendo ou não intensamente usado pelos alunos, é certamente a principal referência da grande maioria dos professores, (LIMA & VASCONCELOS, 2006). Como resultado de nossa pesquisa, percebemos que o ensino tradicional se faz presente no ensino de ciências na zona rural cruzeirense, sendo o livro didático a principal ferramenta utilizada. Percebemos que o ensino de ciência está sendo promovido em sua grande maioria por professores formados em outra área e não em licenciatura ciências biológicas, mesmo sabendo que a Universidade Federal do Acre, há mais de 8 anos tem o supracitado curso em sua estrutura acadêmica. Acreditamos que a atuação profissional descontextualizada com a formação do professor, influencia na escolha e utilização de mecanismos que podem auxiliar na prática pedagógica, refletindo assim, nos processos de ensino e aprendizagem. Somado a estes fatores, percebe-se que as escolas rurais são desprovidas de laboratórios de ensino e experimentação, e seus professores, por inúmeros motivos não buscam realizar o ensino de maneira dinâmica ou dentro dos preceitos que se espera do ensino na atualidade. Palavras-chave: ensino de ciências, ensino e aprendizagem, formação de professor Referências TEIXEIRA, Paulo M. M.; & NETO, Jorge M. Investigando a Pesquisas Educacional. Um Estudo Enfocando Dissertações e Teses sobre o ensino de biologia no Brasil. Investigações em Ensino de Ciências - V11(2), pp. 261-282, 2006. LIMA, Jessyca Lima da Silva; MADEIRA, Fernanda Portela. O ensino de ciências e biologia na zona rural e sua formação docente. II Congresso de Educação do Vale do Juruá. Cruzeiro do Sul/AC, 2016. MINAYO, M. C. de S. (Org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 6. Edição. Petrópolis: Vozes, 1996. LIMA, Kênio E. C. & VASCONCELOS, Simão D. Análise da metodologia de ensino de ciências nas escolas da rede municipal de Recife. Pesquisa em síntese. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.52, p. 36, 397-412, jul./set. 2006."
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

ENSINO DE CIÊNCIAS EM CRUZEIRO DO SUL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA RURAL DO MUNICÍPIO Francisco Sidomar Oliveira da Silva/sydomar_czs@hotmail.com/UFAC Maria TatIane Damasceno Souza/SEE Elizabete do Carmo Silva/SEE Andréia Aline Nicolli/UFAC Formação inicial e continuada de professores Resumo Nos últimos anos temos nos deparado com avanços e descobertas em diversas áreas da educação, afinal, a pesquisa científica no campo da Educação é atividade regularmente existente no Brasil desde fins da década de 1930 (TEIXEIRA & NETO, 2006). Em linhas gerais, esse crescente desenvolvimento da pesquisa no país está diretamente relacionado à busca no melhoramento dos processos de ensino e aprendizagem, que por vez, auxiliam no aumento da qualidade na educação. Contundo, mesmo nos dias atuais, os agentes do ensino de ciências, ainda padecem com diversos desafios e limitações que surgem na atuação diária, barreiras essas que prejudicam significativamente os processos de ensino e aprendizagem em ciências. Tal cenário se mostra mais intenso nas escolas situadas nas zonas rurais dos municípios que constituem os estados brasileiros. O conhecimento científico, por sua vez, busca interpretar e compreender a realidade que nos cerca. E ao ensino de ciências cabe o papel de fornecer aos alunos as fontes necessárias para que possam conhecê-la, de maneira a atuar sobre ela participativamente. Entretanto não é o que está acontecendo em nossas escolas, nas quais, nota-se que profissionais dessa área não estão disponibilizando ou criando mecanismos para que o aluno "conheça" o outro lado da ciência, ou ainda, construa seus conhecimentos. Em muitos casos, restringem-se a livros, tornando-os o único material didático para trabalhar as disciplina (Lima & Madeira, 2014). Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo analisar a formação e as metodologias utilizadas pelos professores de ciências de uma escola localizada na zona rural do município de Cruzeiro do Sul/AC. A relevância desta pesquisa se centra no fato de possibilitar uma reflexão de como ocorrem os processos de ensino e aprendizagem em ciências nas escolas rurais cruzeirenses, bem como conhecermos o perfil dos agentes promotores de ensino. Metodologicamente, o presente estudo se caracteriza como uma pesquisa de abordagem qualitativa, visto que se propôs conhecer por meio das falas dos sujeitos a realidade cotidiana do ensino de ciência na zona rural. Para, além disso, concordamos com Minayo (1996) quando afirma que, esse tipo de abordagem trabalha com o universo de significados, motivos crenças e aspirações, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à paralizações de variáveis. Os dados para esta pesquisa foram coletados junto a 03 professores de ciências que atuam em uma determinada escola, pertencente à Secretaria Municipal de Educação de Cruzeiro do Sul/AC. Optamos pela aplicação de um questionário composto por questões abertas, possibilitando aos sujeitos responderem com maior liberdade, descrição e detalhes nas respostas. O procedimento foi realizado com autorização do gestor da escola, e manteve-se o anonimato dos entrevistados ao longo do estudo. A entrevista estruturada com o auxílio do questionário abrangeu dois eixos temáticos: a) a formação profissional do professor; e b) a metodologia de ensino e presença de laboratórios. 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