BASES MOLECULARES DA VIDA: APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS Adriana Paiva do Nascimento/adriana.paiva@aluno.uece.br/Universidade Estadual do Ceará Francisco Thalis Ferreira Martins/thalis.ferreira@aluno.uece.br/Universidade Estadual do Ceará Rayslane Torres Rodrigues/rayslane.torres@aluno.uece.br/Universidade Estadual do Ceará Sebastiana Raila Soares Martins/rala.martins@aluno.uece.br/Universidade Estadual do Ceará Fabrício Bonfim Sudério/fabricio.suderio@uece.br/Universidade Estadual do Ceará Eixo temático: Processos de Ensino e aprendizagem Resumo A atividade prática laboratorial no ensino de ciências é uma importante metodologia que proporciona ao aluno uma melhor aprendizagem e que o estimula a pensar na ciência de uma forma mais próxima da sua realidade e, por consequência disso, mostra a importância da aula prática como uma das formas de contextualizar o conteúdo abordado na aula teórica. Abordar a teoria seguida da prática desperta nos alunos uma motivação quanto ao conteúdo estudado, de modo que as práticas em laboratório não significam apenas aulas diferentes, mas uma importante alternativa de melhoria da aprendizagem dos conteúdos de ciências (ANDRADE; MASSABNI, 2011). No entanto, nem sempre as escolas, sobretudo as públicas, não contam com laboratórios em sua estrutura, de maneira que com essa realidade, o professor tem que dispor de criatividade e improviso para conseguir realizar aulas dessa natureza. O presente trabalho teve o objetivo de relatar uma experiência com a aplicação de aulas práticas com a abordagem do conteúdo "Bases Moleculares da vida" com alunos de uma escola pública, seguida de uma análise sobre como esses estudantes avaliam as aulas práticas no processo de ensino-aprendizagem. Esse trabalho é de caráter descritivo, com abordagem qualitativa, realizado durante a disciplina de Estágio Supervisionado do Ensino Médio I, do Curso de Ciências biológicas da Faculdade de Educação de Crateús (FAEC), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), no ano de 2018. Nessa disciplina temos uma carga horária a ser cumprida tanto em sala de aula da faculdade, com o professor da disciplina, como nas escolas que estagiamos, observando e planejando regências de acordo com o conteúdo abordado pelo professor supervisor, além do planejamento e envolvimento com um projeto didático executado na escola. Os sujeitos da pesquisa foram 10 alunos, sendo 04 do sexo feminino e 05 do masculino, do segundo ano, do turno da noite, regularmente matriculados na Escola de Ensino Médio Governador Gonzaga Mota, no município de Crateús-CE. A escola só funciona nos turnos da manhã e da noite e, além das salas de aulas, conta com a sala dos professores, cantina, biblioteca e outros espaços de uso comum, porém, não possui um laboratório, algo que dificulta bastante quando o professor quer fazer uma aula que precise de um lugar adequado para atividades práticas. Por consequência disso, acaba havendo um improviso quando se deseja realizar esse tipo de atividade. Apesar da falta de laboratório, conseguimos realizar as atividades, que ocorreram dentro da sala de aula, após a exposição do conteúdo teórico, constando de quatro experimentos relacionados ao conteúdo sobre as bases moleculares. Após organizarmos os alunos em círculos, realizamos a primeira experiência, que consistiu em encher um balão com vinagre e bicarbonato de sódio, no intuito de explicar que nessa reação entre o ácido acético diluído (vinagre) e o bicarbonato de sódio há liberação de dióxido de carbono, enfatizando que quanto mais o gás é liberado a pressão interna aumenta e, consequentemente, o balão enche. A segunda experiência foi sobre a detecção do amido em alguns alimentos, como pão, batata, frutas, leite e açúcar, verificando a presença de amido de acordo com a mudança de cor nos alimentos citados. A terceira destinou-se a uma prática sobre a ação da enzima catalase, enquanto a última teve como foco a extração do DNA na banana. Depois disso foi aplicado um questionário para saber como os educandos avaliaram os experimentos como forma de abordagem complementar do conteúdo. O questionário continha cinco questões, três objetivas e duas subjetivas. Apenas 10 estudantes participaram da prática, muitos faltaram, pois a maioria trabalhava durante o dia, enquanto outros estudavam pela manhã e passaram para o turno da noite, sem falar do grande número de desistentes. Uma turma bastante desmotivada com a vida escolar e sem muita perspectiva quanto aos estudos, o que reflete muito da realidade de turmas que estudam no turno da noite em escolas públicas, ou seja, em resumo, grande desmotivação e consequente aumento da evasão. Apesar das dificuldades, com a aplicação dos experimentos de ciências, foi possível perceber o quanto os alunos se envolveram e ficaram curiosos, perguntando e interagindo em sala de aula. Fato semelhante foi observado no trabalho de Pagel, Campos e Batitucci (2015) quando realizaram uma pesquisa sobre o processo de ensino-aprendizagem realizando atividades práticas nas aulas de biologia com alunos do ensino médio. Os autores verificaram que através dessa estratégia didática foi possível estimular a curiosidade, havendo a participação dos discentes com a formulação de perguntas sobre os assuntos explorados. No questionário, a primeira questão consistia na opinião dos alunos sobre a aula com a realização dos experimentos, onde todos eles assinalaram a opção "muito boa", demostrando que, na opinião deles, a aula prática pode ser uma alternativa para a melhoria da aprendizagem. Em outro questionamento focamos na possibilidade de poderem aprender mais com essa alternativa e com que frequência essas aulas deveriam acontecer. Quanto a isso, 05 alunos (50%) responderam que "sim", afirmando que gostariam que esse tipo de aula ocorresse com mais frequência, pois, para eles, ajudam na melhor compreensão do conteúdo, além de tornar a aula prazerosa e dinâmica, enquanto outros 05 alunos (50%) afirmaram, de forma inesperada, que "não" gostariam, mas também não justificaram o motivo. Em outra questão perguntamos o que eles fariam de diferente para preparar uma aula dinâmica e prazerosa para os seus alunos se fossem professores. Nesse caso, 05 alunos (50%) responderam que sempre fariam suas aulas mais diferentes e que pudessem facilitar a aprendizagem. Outros 05 alunos (50%) responderam que fariam algo parecido com as aulas práticas. De acordo com Carvalho (2004), os processos fundamentais, como o conteúdo, a metodologia e o papel dos professores, possibilitam uma reflexão sobre a atuação no ensino de ciências. Conclui-se que as aulas práticas configuram-se como uma metodologia complementar que pode ser bem aceita pelos alunos no sentido de promover uma aprendizagem mais interativa e prazerosa, mesmo em turmas mais desmotivadas. Palavras-chave: Aulas práticas, Ensino de biologia, Estratégias didáticas. Referências ANDRADE, M. L. F; MASSABNI, V. G. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: Um desafio para professores de Ciências. Ciência & Educação, v.17, n.4, p. 835-854, 2011. CARVALHO, A. M. P. de. Critérios Estruturantes para o Ensino das Ciências. Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. Pioneira Thomson Learning, São Paulo, 2004. PAGEL, U. R.; CAMPOS, L. M.; BATITUCCI, M. do C. P. Metodologias e práticas docentes: uma reflexão acerca da contribuição das aulas práticas no processo de ensino-aprendizagem de biologia. Experiências em Ensino de Ciências, v.10, n.2, p. 14-2