A literatura ressalta a idade avançada como um fator de risco para o desenvolvimento de lesões por pressão, porém as crianças também estão em risco de desenvolvê-las e a sua ocorrência demonstra a importância da adoção de medidas preventivas e nestas toda a equipe de enfermagem possui papel fundamental, incluindo os profissionais de nível técnico. Objetivou-se analisar o desempenho dos técnicos de enfermagem na execução de ações de prevenção de lesão por pressão em unidades abertas de internação pediátrica. Estudo transversal, de abordagem quantitativa, em andamento, realizado em dois hospitais públicos pediátricos de Fortaleza-Ceará, sendo um de nível secundário e outro terciário. A coleta de dados ocorreu mediante a aplicação de um questionário autoavaliativo a uma amostra de 130 técnicos de enfermagem atuantes nas unidades de internação. Para avaliação da prevenção de lesão por pressão utilizou-se as recomendações do Programa Nacional de Segurança do paciente, quais sejam: inspecionar diariamente toda a pele da criança para identificar a existência de LPP; limpar ou orientar ao acompanhante acerca da limpeza da pele da criança quando a mesma apresenta-se suja ou quando necessário; usar hidratante na pele seca e em áreas ressecadas pelo menos uma vez ao dia; proteger a pele da exposição à umidade excessiva com o uso de produtos de barreira (fraldas ou absorventes); realizar a mudança de decúbito da criança a cada 2 horas; registrar no prontuário as alterações detectadas na pele e intervenções realizadas. Os dados foram agrupados e analisados por meio da estatística descritiva, para o qual se fez a distribuição das frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas e das médias e desvio-padrão (dp) para as variáveis contínuas. Considerou-se satisfatória a ação realizada por pelo menos 80% dos profissionais. Estudo aprovado pelo comitê de ética e pesquisa, sob protocolo Nº 1.376.514. Predominou sexo feminino (97,7%); idade variou de 21 a 70 anos, com média de 40 e desvio padrão de 9,58 anos; tempo de formação superior a 1 ano, com média de 15,2 e desvio padrão de 8,34 anos. O tempo de experiência profissional em pediatria variou de 6 meses a 36 anos, com média de 11,8 e desvio padrão de 8,48. A maioria das ações obteve desempenho insatisfatório dos profissionais com percentual inferior a 80%, quais sejam: ação um (69,2%), ação três (74,6%), ação quatro (79,2%) e ação cinco (76,2%). Destaca-se as que somente em duas ações, dois (91,6%) e seis (84,6%), o desempenho foi satisfatório, acima de 80%. O estudo mostrou a necessidade da educação permanente quanto aos cuidados de enfermagem no desempenho da prevenção de lesão por pressão ao paciente pediátrico. Os resultados podem ser utilizados por instituições pediátricas para auxiliar e estabelecer melhorias da assistência para prevenção de lesão por pressão.