A estomia pode ser definida como uma exteriorização de um órgão interno para superfície corporal. No Brasil, segundo o International Ostomy, existiam em 2000, aproximadamente 170 mil pessoas estomizadas. Anualmente cerca de 1,4 milhão de indivíduos utilizam os serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas nas unidades federadas do Brasil. No campo da pediatria, a confecção do estoma pode acontecer desde as primeiras horas após o nascimento ou em qualquer momento da vida. Essa condição origina uma série de mudanças na vida do seu portador. Devido a isso, os familiares das crianças com estomia são os principais cuidadores no âmbito do lar. Sendo assim, devem receber apoio contínuo e orientações para desempenhar o cuidado de maneira eficaz. Estudiosos ressaltam que as produções científicas a respeito dessa temática ainda são pontuais, sendo necessários mais pesquisas sobre essa realidade, sobretudo aquelas direcionadas para a assistência as crianças. O presente trabalho objetiva identificar as implicações para a família frente aos cuidados da criança com ostomia, como também os sentimentos desses cuidadores. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em um município do litoral leste do Ceará. Participaram do estudo quatro familiares de crianças com estomia. A coleta de dados ocorreu através de uma entrevista semiestruturada. A organização dos dados seguiu o referencial de análise do conteúdo do tipo temática. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar, sob o CAAE: 47817515.5.0000.5684. Evidenciou-se que os familiares relataram que a presença da estomia, na vida da criança, acarreta mudança em todo convívio familiar, acarretando uma série de sentimentos. Conclui-se com o estudo que existe uma necessidade de inclusão da família na assistência, e sobretudo na ampliação do olhar para além da condição, englobando a valorização do que é próprio da criança e família, sobretudo no que se refere ao estado emocional desses sujeitos.