O crescente uso das tecnologias móveis tem levando estudiosos e professores de língua materna a refletirem sobre novas formas de leitura em ambientes digitais. Nesse sentido, o presente estudo caracteriza-se por um recorte de um relato de experiência, desenvolvido durante um projeto de extensão com alunos do 3º período do Curso de Pedagogia, que envolveu as professoras das disciplinas de Língua Portuguesa II e de Metodologia da História, cuja intenção foi possibilitar, aos alunos, olhares diferentes sobre a cidade do Recife, relacionando espaço urbano e literatura a partir do uso do aplicativo. O recorte apresenta o uso que quatro alunos fizeram do aplicativo e parte de alguns questionamentos: como se lê no meio digital? Por quais caminhos? E como a multimodalidade contribui na leitura/navegação no aplicativo? O objetivo foi analisar como a multimodalidade contribui nas formas de leitura e navegação no uso do aplicativo “Ruas Literárias do Recife”. Tendo como pressuposto que na leitura online as pistas colhidas pelo leitor para uma leitura eficiente não se encontram apenas no texto escrito, mas em todos os elementos visuais de uma página. O artigo vem ainda discutir o conceito de leitura adotado por Coscarelli e Ribeiro. Além de avaliar a relação do leitor/usuário e a interface (composição dos elementos visuais, do modo de apresentação do conteúdo no aplicativo e o modo como cada um leu e percorreu a tela). Para tanto, utilizaremos como aportes teóricos Azevedo e Novais. A experiência nos permitiu compreender que diferenciar leitura e navegação não é tarefa fácil, visto que essas duas ações, segundo Ribeiro e Azevedo, se retroalimentam e foram realizadas concomitantemente pelos nossos sujeitos.