Neste artigo, propomos analisar os contos “Diálogo” e “Terça-feira gorda”, de Caio Fernando Abreu, situados no livro Morangos Mofados (2012) a partir da Teoria Queer - uma política da identidade gay que questiona a noção de libertação gerativa, amplia a definição de gay e lésbicas, foi influente nos estudos Pós-coloniais, além de trabalhar com as noções de gênero propostas por Judith Butler. Os contos em análise tratam de relações amorosas/afetivas que não podem ser vividas pelas personagens, devido ao estranhamento que causam para com os seres da narrativa por se tratarem de relações entre gays. Todavia, Caio Fernando Abreu, ao narrar essas relações rompe com o silenciamento gerado por um modelo heteronormativo. A partir dessa análise, observa-se que a escrita de Caio busca a ruptura de paradigmas, vai de encontro aos sistemas vigentes de dominação e de perpetuação de valores ideológicos que prezam por uma violência ética. E está última, objetiva-se ao predomínio de uma heteronormatividade, uma nulidade do ser que se considera fora dos padrões sexuais vigentes.