A qualidade da educação é um fenômeno complexo, abrangente e que envolve dimensões extra e intraescolares, cuja melhoria deve ser avaliada pelo Estado. Isso pode ser feito medindo-se a proficiência dos alunos em avaliações externas. Foi com esse intuito que o Governo do Estado de Pernambuco criou o Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE). Mas o que dizem os resultados do SAEPE, nos últimos dez anos, em relação ao desempenho, em Matemática, dos alunos do 3º ano do Ensino Médio? Esta pesquisa, de caráter quantitativo-descritivo, teve por objetivo analisar os resultados do SAEPE, em Matemática, das turmas do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual José Mariano, para compreender o que a avaliação externa estava indicando, juntamente com os dados obtidos pela aplicação de um simulado e de entrevistas com alunos. Os resultados mostraram que os alunos tinham dificuldades em dez descritores da matriz de referência do SAEPE, que apontam para quatro cenários: (a) equações ou funções do 1º grau e progressões aritméticas; (b) polinômios e funções polinomiais; (c) perímetro de figuras planas e a área total e/ou volume de um sólido; (d) funções trigonométricas e suas propriedades. Esse perfil foi observado tanto através dos resultados do SAEPE como pelo simulado aplicado. Os alunos relataram que tinham dificuldade em administrar o tempo para realizar a avaliação externa e muitos não estavam interessados em participar desse processo. Outros se sentiam desmotivados ou desestimulados.