Este estudo tem como objetivo analisar as práticas pedagógicas de Dança-Educação com alunos neurodiversos, do grupo de dança Ubuntu, moradores do Engenho Velhos da Federação em Salvador – Bahia. O estudo traz perspectivas acerca da neurodiversidade, seus conceitos e da educação do corpo neste cenário, considerando práticas de integração sensorial e vivências pessoais. Apresento aqui reflexões acerca da contribuição da dança enquanto experiência corporal e experimento artístico para educação de jovens autistas, contextualizando as questões do corpo que dança a partir do referencial integrativo e, especialmente, a partir da aprendizagem motora voltada para o enfoque do saber sentido-experiência e não do saber acadêmico. O método utilizado na coleta de informações foi da entrevista individual e etnografia, através da vivência de dois anos a frente do grupo como coreógrafa e coordenadora pedagógica. Através da dança desencadeamos nos alunos um processo de análise e reconhecimento de si e do outro, o que nos permite libertar um corpo aprisionado em padrões e normatizações. Entendendo o corpo como elemento primordial de relação com o mundo e transformando as ligações que esta relação proporciona em uma identidade complexa e real, indo além das classificações existentes.