Os sentidos retóricos presentes no cenário atual remetem à ideia de qualidade, igualdade de acesso e permanência, equidade, superação das dificuldades na alfabetização, formação crítica cidadã. Estes por sua vez, se articulam em prol de imprimir melhorias para a educação brasileira. Entendemos que as políticas estão em constante movimento de ressignificação, sendo interpretadas pelos agentes educacionais nos seus mais diversos cenários, culturas e especificidades. Desta feita, o presente estudo objetivou analisar como as políticas curriculares para o ensino fundamental são (re) interpretadas por professoras de duas escolas da Rede Estadual de Ensino da Paraíba, tendo como foco os anos iniciais. Optamos pela abordagem do Ciclo de Políticas desenvolvido por Ball e colaboradores (BALL, GOLD e BOWE 1992; BALL 1994; 2001; 2009; 2011), como aporte teórico analítico de nosso estudo. A Abordagem do Ciclo de Políticas nos permitiu perceber/pensar as políticas a partir de contextos articulados numa rede caracterizada pelo trânsito de convergências/divergências hibridizadas entre diversas influências, interesses, interpretações e relações de poder cuja dinâmica apresenta-se de forma complexa. Para a construção dos dados utilizamos questionário semiestruturado, aplicado com oito professoras na citada Rede de Ensino. Concluiu-se que a política curricular está em constante trânsito de (re)interpretações, as quais possibilitam que as clausuras sejam minimizadas através desta. Essa (re)interpretação e a maneira como é traduzida pelas professoras em ação pode influenciar na prática pedagógica numa perspectiva de ampliação ou restrição de sua atuação, mediante as ações educativas cotidianas.