LIMA, Leiliane Thaís Pereira De. . Anais VII ENLIJE... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/45333>. Acesso em: 23/11/2024 18:36
A representatividade da diversidade de gênero e sexualidade na literatura infantil tem sido alvo de duras críticas em nossa sociedade atual, muito embora seja ainda escassa a utilização dessas obras em sala de aula. A literatura infantil, como objeto instigador de discussões e reflexões acerca de temas sociais pautados na igualdade e no respeito ao diferente, que visam contribuir para a construção moral e ética do sujeito, tem tido sua posição em sala de aula posta à prova, num jogo de conflitos entre termos educacionais mal compreendidos. Entre essas obras da literatura infantil com temática voltada à diversidade está o livro de Pedro Bandeira: É proibido miar (2002). No livro, conhecemos Bingo, um cachorrinho que foge aos padrões de masculinidade canina e tem sua vida colocada em perigo por causa do preconceito e da intolerância. Neste artigo, nos propomos a analisar a construção das representações de gênero e sexualidade na obra em questão, compreendendo suas contribuições para o ensino da diversidade sexual e de gênero no contexto escolar, tendo como aporte teórico as discussões de Florence (2013), Foucaut (2010), Lajolo (2008), entre outros. Verificamos como a representatividade na literatura infantil contribui para a compreensão da diversidade, da individualidade e do respeito, colaborando para a não naturalização de estereótipos e preconceitos de gênero e sexualidade. Discutimos, por fim, a importância da utilização dessa literatura em sala de aula, frente as novas e constantes tentativas de restrições à liberdade de ser e de viver, especialmente das pessoas que fogem à norma de comportamento padrão, e à educação libertadora, com vistas a criar um sujeito crítico e atuante na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.